De: Pedro Figueiredo - "Têm 40 horas (non stop) para destruir Serralves!"
Entre a cultura só para as elites e uma massificação acrítica da cultura que a mercantiliza, tem que haver um "meio-termo" de bom senso. Demasiados carpinteiros destroem uma casa, demasiadas multidões num período demasiado curto de tempo em Serralves destroem em apenas 40 horas a calma, o sossego, a relva, os jardins belíssimos de Serralves... Não dá muito para usufruir, e - à vista de todos - é uma espécie de Anti-Serralves o que acontece 40 horas non stop. São de facto, as piores horas para ir a Serralves. No entanto, a todos desejo um óptimo Serralves em Festa... Uma opinião não exclui outras, e no entanto "festa é festa".
O que me importa questionar é esta apetência que entidades públicas e privadas têm para fazer eventos curtos, rápidos e concentrados em vez de espalhar metódica e racionalmente acontecimentos culturais ao longo de semanas e meses... Com certeza sem este apelo frenético. Talvez seja uma questão de mudarmos de "escola de marketing". Todos seguem a mesma cartilha. Bebedeira um dia, esquecimento por vários meses. Cultura dá de comer a quem a faz. Cultura são profissões de muito trabalho e arte que a fazem. E a gente precisa de comer todos os dias do ano. Não apenas em eventos, em "concursos" ou cartazes efémeros. Vá. Ide lá para o Serralves em Festa, então.