De: Pedro Figueiredo - "Anda cá que eu não te Aleixo"

Submetido por taf em Segunda, 2013-04-15 22:53

Bairro do Aleixo


1 – “Haver ou não haver Polícia é uma questão de vontade do Autarca”. Quando é preciso polícia para combater o tráfico, aqui d'el rei que não há efectivos, mil e uma dificuldades e incapacidades… Quando é para o aparato da demolição do bairro, aparecem debaixo das pedras hordas de efectivos: PSP, Polícia Municipal, Protecção Civil…

2 – ”Primeiro, “libertaram” o terreno da escola, aqui há uns anos. Qual a justificação? Objectivamente nenhuma a não ser começar a sangria da comunidade, antes da demolição das estruturas habitacionais. É exagero falar em “fascismo”?

3 – “O darwinismo social está bem vivo”. Ninguém em Portugal quer ser apontado como “a Grécia”. Ninguém habitante dos bairros camarários quer ser apontado como “do Aleixo”. Cada bairro quer safar-se. “Eles é que se portam mal, nós não”, dizem os dos outros bairros: a triste competição do povo para se safar pela sobrevivência às “garras” da Burguesia.

4 – “Os pobres não sabem usar elevadores”. Por isso estragam-nos ou vandalizam-nos: copo meio cheio. “O Município nunca quis, de propósito, fazer essa manutenção necessária e obrigatória” no Aleixo: copo meio vazio. Os bairros do Salazar, todos de r/c mais 3 pisos espelham o insulto que é “poupar em elevadores” porque é para pobres viverem: daí o paradoxo de os blocos em baixa densidade serem menos acessiveis a quem tem dficuldades do que “torres” de alta densidade. O RGEU, “sabiamente” não obriga a que até r/c mais 3 tenha elevador.

5 – “Os pobres não estão aptos a morar em torres” (mas os ricos sim). Ali ao lado, os condomínios de luxo/lixo têm placagens foleiras em granito polido e seguranças, e grades… No PREC, as torres vermelhas da Pasteleira estavam prontas a receber os novos moradores de classe “média”, quando foram ocupadas por moradores pobres com carências habitacionais graves. E lá estão ainda, com as torres impecáveis e a funcionar.

6 – “Mal empregado (terreno)” sempre sussurou a Burguesia pela inutilidade daquele terreno para a especulação. Terem vistas de rio significa para os pobres viverem acima das suas possibilidades.

7 – A "torre da droga” só se demolirá em último para que se demula em primeiro lugar todo o bairro entretanto… até se atingir o (pseudo) objectivo final… De outra forma, será sempre “injustificável” este grotesco e violento processo de destruição de habitação social. Ou então, racionalmente, poderíamos pensar que o Autarca “até” protege o tráfico… Afinal, 1. nunca desmantelou os traficantes; 2. com o bairro todo no chão esta droga passará para a cidade; 3. a torre da droga de qualquer forma continua até ao fim… E por fim, 4. o Aleixo até serve de entreposto entre a Boavista e a Foz (dinheiro, a droga tá cara…). A base de apoio eleitoral da Direita. Coincidência ou paradoxos?

8 – “A crise” - Esta é a cidade onde, em plena crise, a Autarquia destrói habitação social para fazer condomínio de luxo. O Autarca critica o Governo dia sim dia não. O governo, em plena crise, “ajuda” com retirada de subsídios mínimos indispensáveis a quem não consegue arranjar emprego… A autarquia até interveio nos outros bairros para recuperar alguma coisa. Para o Aleixo. “Dead man Walking” numa grotesca encenação e execução sumária com o triste aplauso voyeur do resto da cidade (Portuenses = Lorpas).

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