De: Pedro Figueiredo - "O Blitz: IPATIMUP, Casa da Música, STCP…"

Submetido por taf em Segunda, 2013-03-25 17:30

Escada
”Espiral Recessiva” - Escada do edifício DKW na Rua Sá da Bandeira (Arménio Losa / Cassiano Barbosa)


IPATIMUP: «A viver os melhores anos em termos de produção científica, projeção internacional e prestação de serviços de diagnósticos na área oncológica, o Instituto de Patologia e Imunologia Molecular da Universidade do Porto (IPATIMUP) sofreu, este ano, um corte de 25% nas verbas atribuídas pela Fundação de Ciência e Tecnologia (FCT).»

Casa da Música: «"Com menos ovos fazem-se menos omeletes", afirmou Jorge Prendas, asseverando que "o que está em risco" com os cortes são "todos os projetos" lá realizados, desde "grupos que têm tido uma atividade extraordinária" até iniciativas que "têm tido afirmação lá fora" e que "com menos dinheiro ficam todos postos em causa".»

STCP: «A empresa tem como objetivo para este ano a "saída de 150 a 190 trabalhadores por rescisões amigáveis e também por situação de invalidez ou saída para a reforma", disse à Lusa fonte oficial da transportadora.(…) O ministro da Economia e do Emprego afirmou, em fevereiro, que, em 2011, houve uma redução de 1.900 trabalhadores nas empresas públicas de transportes e o secretário de Estado dos transportes já disse que "há cerca de um milhar de trabalhadores" que mostrou disponibilidade para assinar rescisões por mútuo acordo.»

1 - Parece o “Blitz” (A Guerra-relâmpago). E é mesmo. Muito rapidamente o “ajustamento” ajusta contas com os principais equipamentos, serviços públicos, instituições artísticas e culturais aqui da cidade do Porto. Várias em simultâneo.

2 - O caso do IPATIMUP, centro de excelência e reconhecimento do Porto na luta contra o cancro que inclusivamente “exporta ciência” é deprimente: trata-se de uma gordura do Estado? Não há dinheiro para “a excelência” com provas dadas? Não há lugar para quem prova resultados, meritocracia, empreendedorismo, “lucro” inclusivamente…? Em Lisboa, o fecho da maior e melhor maternidade do país, a Alfredo da Costa, é outro acto de monumental burrice: onde está a teoria que os radicais (o governo) julgam estar a aplicar de “racionalizar serviços, aproveitando sinergias”, quando a própria maternidade é ele própria, um dos melhores exemplos desta própria “racionalização de serviços, aproveitando sinergias”?… Por isso é que é um equipamento. Por isso é que concentra maquinaria, incubadoras, etc… centraliza e racionaliza funções…

3 - A Casa da Música e os seus cortes fazem lembrar que infelizmente estamos, por exemplo, a anos-luz da Islândia. “Ah, mas é completamente diferente, Portugal não é a Islândia e tal!” “Claro que não. É disso mesmo que estou a falar”. Investir na Cultura em vez de cortar faz aumentar o PIB e a economia como aconteceu na Islândia. “O resto foi com a jovem ministra da Cultura, Katrín Jakobsdóttir, que desde que está no Governo conseguiu converter os artistas em protagonistas da retoma, cortando nas despesas fixas, aumentando nas contribuições a projectos culturais independentes, numa mescla ágil de tecido público e privado, sem que o Estado renuncie à gestão da cultura e educação.” “A poesia é para comer” (Natália Correia). E fazer entrar esta verdade na oca cabecinha de um pseudo-tecnocrata?

4 - STCP e despedimentos em geral nos “baixos” escalões da Função Pública: Quando quisermos apanhar um autocarro e não houver motoristas porque foram despedidos, quando formos à escola à reunião de pais e não houver funcionários porque foram “ajustados”, quando formos, inclusivamente, às Finanças para “tentar” tirar dúvidas para podermos cumprir o dever de pagar os impostos e não houver funcionários dos baixos escalões (os assistentes operacionais para tratar de coisas e papéis?)… Aí ficamos a saber que “Vêm, Vêm… Nós Governo, não vos dissemos que era preciso ajustar o Estado porque ele funciona tão mal…”. Blitz, portanto. Para acabar com o Estado. Cortar “na despesa é cortar nas pessoas. Pessoas = Despesa.

Outra coisa: Luis Filipe Menezes, que tem uma quase-candidatura ilegal e apoia as políticas do governo português, que raio de promessas (esquizofrenia?) de terra do ouro e mel está a fazer diariamente aos portuenses? Às 2ªs, 4ªs e 6ªs apoia a austeridade, às 3ªs, 5ªs e sábados promete “coisas”.