De: Pedro Figueiredo - "A troika antes da troika tem sido esta CMP"
Ao dois do mês de Março – “normal, tudo normal” – na valente manifestação dos 400.000 na cidade do Porto, uma “troika de três / a conta que Deus fez” infiltrada estava no meio da multidão. Essa troika de megafone em punho, foi parando, parando foi, de banco em banco, até ao banco final. E a cada banco a troika parava, e a cada banco a troika salvava. E a cada banco a troika apupada e a cada banco com balões de tinta bombardeada. De tal forma que ao fim - manifestação já acabada -, a troika foi levada / levada foi a troika / para a esquadra arrastada para ser identificada. Títulos dos jornais a 3 de Março: “Polícia identifica membros da Troika”. Outro jornal. “Troika vandaliza as ruas do Porto”. Outro jornal ainda “membros da Troika presos por actos danosos antes, durante e depois da manif”. Outro ainda: “Troika contra bancos”. Não se pode acreditar nos jornais.
Segundo a lei anti-graffiti aprovada pela CMP, cabe aos donos dos imóveis custear e limpar as paredes sujas por graffitis – sejam estes nojentos tags, dinâmicos murais MRPP, artísticas e sofisticadas intervenções. Ou isso ou a CMP cobra uma multa aos proprietários por coisas feitas por terceiros… Uma vez mais, uma lei do PSD que “vai a todas”: como classificar esta espécie de salazar-liberalismo? “Cobrar aos proprietários, aparentemente ilibando os ditos vândalos”? …E por outro lado, colocar todo o tipo de riscos, qualquer tipo, como alvo a abater – incluindo os balões de “tinta anti-troika” claro – “normal, tudo normal” – e também propaganda ideológica gráfica ou escrita. Muito jeito dá a uma CMP que censura tudo o que é Arte, Cultura, oposição política… e pelo meio, talvez até apaguem alguns nojentos tags e graffitis horríveis sim… mas sempre, sempre, pagando os justos pelos pecadores, e coisas bem diferentes julgadas cegamente pela mesma medida. Acentuemos o carácter autoritário deste executivo da CMP. A troika antes da troika, que já leva quase 12 anos de experimentação Salazar-Liberal nesta cidade do Porto.
…No fim, o “Povo” libertou a troika das garras da polícia. Houve porrada sim, não é à toa que este “ajustamento” é um PREC ao contrário com tudo a que tem direito. E algumas dezenas de manifestantes ousaram enfrentar a polícia para tentar impedir a prisão/identificação desses membros da Troika. “Normal, tudo normal”. Na cidade onde se manifestam contra o governo meia cidade e arredores, onde por dia o distrito perde cerca de 20 lojas falidas por dia. Onde o desemprego é o que é, porque “é inevitável”. “As pessoas têm o direito a manifestar-se” repetem à náusea os políticos de direita, pensando baixinho “desde que não ousem mudar nada” / “nem tirar-nos do poder para fora” / “nem provocar uma crise política” (ui que medo, uma crise política). “Mais fácil se identifica quem atira tinta a uma montra de um banco que quem – dono do banco - o roube por dentro e de seguida a todos os portugueses."
PS: Nas fotos, as caras dos membros da troika para ajudar à sua identificação, membros da polícia que nos lêem neste momento. Salvé!
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