De: Augusto Küttner de Magalhães - "Iluminação e mesmo que seja constitucional..."

Submetido por taf em Terça, 2013-02-26 01:23

Ainda a iluminação nas ruas

Em tempo de crises e de tão necessárias poupanças, que em certas circunstâncias nos vão acarretando a cada dia de vida muito pior ficar que no dia anterior, parecendo assim continuar numa espiral interminável, a iluminação nas ruas das cidades, e mais especificamente do Porto, talvez devesse ser tratada de outra forma. Uns dias com céu aberto - ou seja em que escurece "naturalmente" mais tarde, - ao fim do dia acende-se a luz em todo o lado, antes de necessário dever ser. Noutros - fins de dia - a luz acende-se tardiamente, e fica uma escuridão em todo o lado, que perigosa pode ser - já nem só por assaltos - mas por nós cidadãos, quer a pé, quer automobilizados, não vermos o que deveríamos poder bem melhor ver. E de madrugada acontece exatamente o mesmo, ao contrário. Havendo madrugadas em que tudo fica demasiado escuro, quando está o céu excessivamente encoberto, e o contrário sendo também uma realidade.

Se chegarmos ao próximo Inverno vivos - o que não vai ser lá muito fácil, com o aumento em espiral do desemprego, com o corte em espiral das reformas de reformados e pensionistas, com a política negativa de maternidade, etc., etc... - , não será possível, já, com antecipação e antecedência, estudar uma forma de iluminar parcialmente ruas? Poupando sem escurecer e sem demasiado iluminar!? Sendo que, quando está em pleno a luz - pública, paga pelos nossos impostos - acesa na cidade, em determinados locais é excessiva. Parece dia! Logo poderia - deveria - ser reduzida e muito. Poupar, poupando, dando o exemplo, sem tudo demasiado escurecer! Nem excessivamente iluminar! E seria feita a poupança pública tão necessária, onde poupar se deve, sem esmagar um mínimo bem estar das pessoas, como pessoas que somos, logo talvez com mais critérios, mais certezas, e melhor planeamento e até sensibilidade social! Ou não!

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Mesmo que seja Constitucional quadruplicar nas Câmaras. Não devia acontecer!

Mesmo que seja Constitucional, todos os que um dia foram Presidentes de uma Câmara Municipal neste nosso País, poderem vir a sê-lo até morrer em todas as Câmaras deste País, será que cada um não deveria refletir se o deve fazer? Claro que vencem, no mínimo, ir a votos! Claro que se eleitos forem, sê-lo-ão democraticamente! Mas não deveriam dar o exemplo de não agarramento ao Poder e afastar-se para dar lugar, oportunidade - impossível de acontecer em Partidos fechados sobre si mesmos - de outros novos se candidatarem.

Já deu para entender que todos os que se candidatarem pela quarta vez nestas eleições autárquicas, desde que não no "mesmo local" o vão poder fazer. E claro, debaixo do chapéu dos seus Partidos. Já deu para entender que "lá irão", com a força usual dos Partidos que os apoiam, mesmo que seja vontade de outros ter, mas as dinâmicas autocentradas de todos os nossos Partidos criam clientelas internas, fechadas e eternizadas. Os Partidos estão ultrapassados, todos, e estão todos a circular em circuito fechado, auto-alimentando-se. E se alguém tenta formar um partido novo, não consegue. Se alguém tenta entrar num partido dos instituídos sem ser de calções pelas jotas e depois ir subindo e obedecendo ao chefe do momento, não consegue. E a nossa democracia vai ficando cada dia mais antidemocrática, mas está tudo criado para que assim continue.

Para além dos que rodam nos respectivos partidos, poucos se revêem nesta decrépita democracia. Defeito/problema, não só nosso. Veja-se o desastre que está a acontecer em Itália com o Sr. Berlusconi. Aqui ao lado, a nossa vizinha Espanha não é exemplo de dignidade partidária. Mas talvez isso devesse ser mais uma razão para nós começarmos a querer ser diferentes, para melhor. E a nossa democracia deixar de ter uns partidos que sendo sempre os mesmos funcionam na lógica de auto-sustentar-se, conservando sempre os mesmos que andam eternizados de lugar em lugar. Desde que lugares existam. E vão existindo: deputado, eurodeputado, membro do Governo, autárquico, membro de empresa púbica e retrocesso a postos anteriores! Assim teremos todos os dinossauros que concorrerão a Câmaras - que não a mesma - pela quarta vez, a fazê-lo, felizes e contentes. E da quinta, e da sexta assim será, e à sétima se vivos estiveram retornam a concorrer a onde já haviam estado e assim sucessivamente. E não se rejuvenesce a democracia. Não há transparência democrática. E ninguém respeita os políticos por estes não se saberem fazer respeitar, e sobretudo nunca conseguirem mostrar que não estão agarrados ao Poder. Assim seja e continue!