De: Pedro Figueiredo - "CMP: burocracia e autoritarismo como no antigamente"

Submetido por taf em Terça, 2013-02-19 15:02

Carta - folha 1  Carta - folha 2

1 – Grave: Vejam este documento que as pessoas dos bairros recebem e a quantidade de documentos para “provarem tudo e mais alguma coisa” perante suas excelências, os senhores burocratas de estado, exercendo assim um controlo - desproporcional, claro - sobre os habitantes que tiveram o direito a habitar uma casa a custos controlados. Não é um privilégio, porque não o é de facto, mas foi um direito conquistado essa casa. A sociedade - por ter durante décadas explorado a salários baixíssimos milhares de pessoas e ter entregue os mais velhinhos a pensões de 200 e 300 euros é que tem uma dívida para com estas pessoas e não estas pessoas terem – por hipótese - uma dívida para com a sociedade por estarem a habitar em casas do Estado: esta dívida é apenas e tão só minorada com a ocupação destas casas cuja renda total é co-paga. E ESTAS PESSOAS DESPEJADAS TINHAM AS RENDAS EM DIA. Pede, inclusivé, a “DomusSocial/CMP – um papel com os rendimentos de 2013 destes miseráveis reformados, que – toda a gente sabe – o seu rendimento é sempre, ano após ano, sempre, sempre, sempre o mesmo. Como raio é que as senhoras velhinhas que foram despejadas têm a obrigação de andar de serviço em serviço a tentar como pedintes humilhados a recolher este tipo de papelada! De coisas que os serviços até já sabem! É kafkiano: as senhoras não entregaram estes papéis e não tinham nada que o ter feito sequer!

2 – Mais grave ainda: em anos anteriores, “o castigo” para a não entrega de documentos já era um bárbaro “aumento da renda”, em vez de, sei lá, digo eu: “uma multa” por exemplo… O que é que mudou desde o ano passado para este, neste aspecto, e porquê? Mudou o castigo que passou a ser o despejo. Amigos: Vou repetir para quem não percebeu: “NO PORTO, A CÂMARA DESPEJA PESSOAS COM DIREITO A HABITAÇÃO SOCIAL E COM AS RENDAS EM DIA POR FALTAREM PAPÉIS NO PROCESSO“. Alguém não percebe isto? O que mudou: “é preciso libertar fogos para que o fundo imobiliário do Aleixo, coitadito, não tenha conforme o inicialmente prometido ter que reabilitar casas na baixa para realojar pessoas”. (Alguém falou em Regresso do Fascismo? A escassos meses da saída deste executivo da Câmara?)

3 – Ao PCP, com visitas constantes aos bairros sociais “escapou” esta grave situação (porquê?). De qualquer forma, o importante aqui é que qualquer um, Cidadãos, Bloco, PCP, etc., tenha consciência da importância em denunciar estes despejos, prevenir os próximos que se avizinham. Este foi um ponto sem retorno deste executivo. Como é possível governar-se contra cerca de 40.000 pessoas, aproximadamente 20% dos Portuenses que habitam em habitação do estado nesta cidade? Despejar pessoas suficientemente pobres para terem direito a habitação social? E ficamo-nos? À espera da nossa vez, citoyens?