De: Pedro Figueiredo - "Centro de Recursos Sociais"

Submetido por taf em Segunda, 2013-01-21 00:21

Na Fontinha


- Já viste o que fizeram na Escola? Fizeram um C.R.S.
- Um quê?… O que é um C.R.S.?
- Quer dizer «Compagnies Républicaines de Sécurité», Cê Érre Ésse… Faz sentido, era o corpo militarizado da polícia de choque que dava porrada nos estudantes, no Maio de 68, exactamente a mesma lógica autoritária que o levou a dar porrada nos jovens do Es.Col.A. da Fontinha
- Ãh? Tás a brincar… Diz lá o que é, sem endrominanços.
- Não. É que é mesmo. Não tem lógica nenhuma ser - como dizem – um «Centro de Recursos Sociais»… Primeiro porque tão sempre a repetir - até à náusea – que não, que «não há recursos», e segundo, porque nem «sociais», nem recursos coisa nenhuma…
- Péra lá. Péra lá… «Não há recursos»? Há, ou houve, 200 mil euros que a CMP gastou na reabilitação da escola da Fontinha. Não há é para reabilitar o Bolhão. Aí sim, «não há recursos»…
- Pá, não podes comparar. Não tem nada a ver, 200 mil para a Fontinha, e 20 milhões para o Bolhão. São 100 vezes mais…
- Certo, mas não te esqueças que ainda há aí uns 700 mil euros, «3,5 Fontinhas», que a CMP propõe para «aguentar» com obra mínima e umas limpezas e tal, o Bolhão… Não: «minto», 1,1 mil milhões de euros.
- O quê? O que é que tem a ver? Confundes tudo outra vez, meu. Mil milhões de euros o quê?
- É o que o Estado vai entregar ao BANIF: 55 Bolhões ou 5500 Fontinhas. «Há recursos». Como disse Einstein, «Tudo é relativo». «Há recursos ou não há recursos», conforme relativamente.
- Pá. Sou mau a fazer contas. Só me estou a rir é dos rídiculos desse «C.R.S.»: antes de mais, aquilo vai ser uma espécie de «Fortaleza», um castelo com grades, entra e sai de carro, fechado ao bairro, um edifício com gabinetes de associações que já tinham e têm as suas sedes… Tipo, tás a ver, «compradas por um prato de lentilhas» fazendo o frete à Câmara.
- Tás a ser injusto. Esta sempre foi a ideia da Câmara. Ele disse-o várias vezes.
- A primeira ideía da Câmara – sei eu e sabes tu – era deixar aquilo ao abandono. Como o «edifício devoluto modelo» para a cidade! (risos). Haja mais okupações. Esta gente só recupera se for pressionada. Vês como depois desta polémica toda eles até recuperaram a escola… bem ou mal. Aliás, a mal…? A propósito. Sabes de quem é a frase «quando ouço falar em cultura saco logo da pistola» ? Não é dele. Vi na net… Ele diz «saco da máquina de calcular». O original «saco da pistola» é - imagina tu – nem mais nem menos de Goebbels…
- Pois! Daí a «escola alemã». Aliás, «Colégio» (risos)… Ou como dizia o outro: «CRS»?
- «CRS – SS». Choca aí!
- Vale, man!

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Nota de TAF: no site da CMP - Rui Rio visitou o novo Centro de Recursos Sociais instalado na Fontinha