De: TAF - "RTP e Casa da Música"
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As elites do Porto querem (e bem) a Casa da Música com o orçamento que previam? Ok, não é assim tanto, paguem os 10% que faltam. Desconfio que o problema é mais com o corte ser só 20% no Centro Cultural de Belém, por comparação com os 30% na Casa da Música... Pois bem, corte-se também 30% no CCB. Houve promessas incumpridas por parte do Estado? Está mal, mas é outro problema: não era suposto a administração da CdM ser constituída por gente experiente, que não se fia em promessas que não estão explicitadas preto no branco? A Casa da Música só deve contar com o Estado para a parte da Educação, por contrato de prestação de serviços. Já agora, administradores de entidades subsidiadas pelo Estado não deviam nunca receber mais que o Presidente da República ou o Primeiro Ministro. Nunca. Além disso, ao analisar a composição da equipa da Casa da Música (página 106 e seguintes) parece haver ali muito onde poupar.
Quanto à RTP, a empresa no seu estado actual é indefensável, no Porto ou em Lisboa. Grande parte do que faz não é serviço público, é apenas subsidiar uma casta. Não se combate o centralismo defendendo rendas injustificadas pagas pelo Estado a quem não consegue mercado nos privados. Acho especialmente desfocado defender o "Praça da Alegria". Se por hipótese absurda se considerasse que esse programa era serviço público (com cantores pimba e consultas de astrologia...), esse serviço seria de bom grado prestado pelos canais privados sem qualquer custo para o Estado. Mais: a eventual fuga para Lisboa deste tipo de produção (ou mesmo de outros) é uma excelente oportunidade para a iniciativa privada nortenha, desde o Porto Canal às inúmeras pequenas empresas que agora vivem debaixo da saia da RTP/Porto, tantas vezes sem qualquer justificação às custas de todos nós. Combata-se o centralismo sim, mas defendendo apenas o verdadeiro serviço público, que pode ser com especial competência garantido pela RTP/Porto.