De: Pedro Figueiredo - "No Porto, o melhor e o pior de 2012"
O melhor: o enorme apoio Popular a 25 de Abril na reoKupação simbólica da Es.Col.a. da Fontinha. Parece que foi há décadas, como quase tudo o que é engolido pela espuma espessa destes dias-FMI.
O pior: a enorme repressão da Fontinha a 19 de Abril - não apenas simbólica mas real, porque "dói" no corpo e no espírito - repressão autoritária da Câmara do Porto. Uma vergonha (calada) nacional.
O melhor: continuam a visitar-nos, apesar de a gente "não merecer", hordas de turistas. A prova de que, se somos bons e apetecíveis para os outros, porque "raio" é que não conseguimos ser bons e apetecíveis para nós mesmos, nós - "os de dentro"?
O pior: o Jornal de Notícias. Neste ano de desgraças, os títulos, a confusão gráfica, a perversão tipo tablóide que antes de elucidar/informar gentes pouco esclarecidas em tempos de treva, troca prioridades, carrega no negro - "com títulos destes não há futuro", quando não é verdade: "breaking news: Portuenses, há futuro. E o futuro é vosso, basta lutar, resistir e pensar pela própria cabeça"
O melhor: o casco brilhante e digno que é o Porto. Mesmo ruína é digna. E é bela esta ruína (oh, como é bela e a sua luz dourada)
O pior: a reabilitação que não existe (ainda) e que não dá ainda o emprego (que não temos) a centenas de arquitectos em deprimente fase de expectativa(?), desânimo ou emigração forçada. O investimento público que podia existir mas não, o investimento privado que por falta mais de imaginação que de guito não conseguiu pensar ainda fora da caixa dos loteamentos de periferia.
Desejos para 2013:
1 - Reabilitação urbana, também chamada de "trabalho" em calão de Arquitectos. / 2 - Demissão forçada de Rui Rio a poucos metros da meta / 3 - Início das obras do Mercado do Bolhão / 4 - "Greves, muitas greves - só com greves vamos lá...". Graças a quem faz greve é possível perceber-se que "a greve é uma chantagem / para a outra margem": a ética da greve é a chantagem legítima. "Uma greve transtorna. A ideia é mesmo essa / fazer ver que "estes que estão aqui são mesmo úteis quando trabalham, daí merecerem os direitos que lhes querem tirar. Se sem o nosso trabalho é o caos, então porque não nos dão a nossa real importãncia?"