De: Augusto Küttner de Magalhães - "Mudar o mundo..."
Caro Pedro Figueiredo, como decerto sou mais velho, podia aqui contar histórias de vida e de pobreza sentidas e vistas noutros, mas não o farei. Agora… Quanto aos radicalismos a que chega, parece-me que não é por aí. Dado que não acredite que o ser humano se igualize, dado que o não faz! Somos todos diferentes desde que nascemos e nada tem a ver se “saímos” de pais ricos ou pobres. Somos diferentes em tamanho, cor, nariz, ADN, em tudo. Mas somos todos Pessoas, e como tal deveríamos todos tratar e ser tratados! E isso não acontece. E veja o que ainda agora se passa em Africa - por exemplo - onde morre gente por nem água potável ter, e ao lado andam tipos de Ferrari!
Logo autogestão, CT à frente das empresas, etc., seria atirar para uns quantos os privilégios que outros hoje têm…! O que é necessário é saber-se ter Educação – que é muito mais que só instrução. É saber-se ter civismo. É saber-se o que é a vergonha, o respeito! É saber-se respeitar o nosso igual (não sou crente, logo não me está a fugir o termo para qualquer religião), é não fazer aos outros o que não queremos que a nós nos façam; é respeitar espaços, é dar espaço não perdendo o nosso. É haver limites para tudo, que não só o céu, que não tem limite. É haver regras, regulação, proteção, é fazer-se melhor por nós e pelos outros. Pobres – infelizmente sempre haverá. Ricos - infelizmente sempre haverá. Diferenças felizmente sempre existirão. Hierarquias felizmente sempre existirão. Haverá que nunca termos muitos pobres, nem demasiada pobreza e o mesmo com ricos. Logo terá que de facto ser tudo diferente do que hoje é, mas talvez não pela sua proposta!
Abraço
Augusto Küttner de Magalhães