De: Pedro Figueiredo - "«The Dark Side of» Zonas Ribeirinhas"
“Welcome to the dark side of the force, welcome to the dark side of zonas ribeirinhas”
Enquanto a Ribeira a poente da Ponte D. Luíz prospera com turismo, novos usos, uma vida diurna de estrangeiros, Erasmus a passear, restauração, uma miríade de novos projectos para pontes, etc., a Ribeira a nascente da ponte D. Luíz e até à Ponte do Infante (e Fontaínhas fora também) cai moribunda neste estado de degradação. Quem ainda vive, de certeza que vive mal, miseravelmente reformado ou indigente em casas que metem água no inverno.
Do lado de Gaia, na escarpa de onde tirei estas fotografias, Menezes - “o impossível e ilegal” candidato à CMP - “já” fez a sua razia tabula rasa que permitiu “libertar” a zona de pobres. Deste lado, Rio mantém a mesma ordem pendente de expulsão de pobres da zona ribeirinha do Aleixo. O paradoxo muito pouco filosófico que só tem resolução com “política” é o seguinte paradoxo clássico da reabilitação: “ou as zonas de água estagnam em degradação e os pobres mantêm uma vida indigente (…mas com vistas de rio) / ou os poderes públicos e privados tomam (havendo retoma…!) a ideia de que é preciso “reabilitar” a zona e portanto construirão em massa e até à exaustão do pouco solo que existe empreendimentos imobiliários de elevado preço para a burguesia bacoca que quer muito (mas quer mesmo?) vir viver para ter as mesmas vistas de rio que os pobres (já) expulsos tinham anteriormente…
Este paradoxo resolve-se, acho, reabilitando (mesmo) a edificação existente para manter (custe o que custar) quem vive ali na sua casa, agora reabilitada. (Peço desculpa, esqueci-me que “O Estado não tem dinheiro” (para os pobres). Re-façamos então associações de ainda-moradores, cooperativas e desenrasquemo-nos. Não indo a bem, iria “a mal”. SAAL, parte 2.
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