De: Alexandre Burmester - "Candidato à Câmara do Porto"
Fica difícil fazer entender aos Partidos, sempre com visões demasiado curtas e por isso distorcidas da realidade, que eleições e votos representam hoje em dia situações bem diversas daquelas aquando foram criados na nossa sociedade. Com a transformação da actual realidade num Mundo mais Global, o espaço político de actuação deixou de ter um território físico associado, mas mais do que isso um espaço de influência.
Ser Presidente da Câmara do Porto significa muito mais do que ser o responsável pelo espaço público que a cidade ocupa, gestor da contabilidade local ou dos bairros camarários, significa mais do que tudo isto ser o estratega e o político que consiga trazer, capitalizar, motivar e promover o discurso e a acção para uma região inteira. Naturalmente para isso o Presidente terá de ter uma visão alargada da cidade, para que esta não se encerre entre a Circunvalação e o Douro, uma perspectiva da região e uma compreensão do mundo que nos rodeia. Por outras palavras precisa de ter uma mentalidade aberta e cosmopolita.
Infelizmente que nada disto acontece nem aconteceu nos últimos anos (houve um mandato do Fernando Gomes que teve um pequeno esboço). Ao contrário o Porto definha e com ele toda a região Norte. Os Partidos, ou porque estão no Poder e nada podem dizer, ou porque estão fora dele e apenas criticam sem soluções, fazem com que nada aconteça. Precisamos com urgência de alguém independente e com uma visão mais cosmopolita que estes boys partidários.
Sem dúvida o Rui Moreira tem uma cabeça mais arejada e livre das tricas políticas, tem sido dos poucos, senão o único, que tem feito um discurso de defesa deste Norte, por vezes a pregar num deserto onde poucos o acompanham. Seria por isso não um bom candidato, mas principalmente um bom Presidente de Câmara. Pela postura do CDS e pela facção do PSD (Rui Rio) que tudo irão fazer para afrontar o Filipe Menezes, até se calhar lançar o Rui Moreira como candidato à Câmara (embora duvide que os aparelhos destes partidos o façam, porque deverão querer tirar da cartola um daqueles “meninos” que por lá pairam). Melhor seria se as actuais regras políticas e de eleições permitissem haver candidatos independentes, sem as complicações e os custos que estas implicam.