De: Pedro Figueiredo - "A falência é «selectiva» - só condena o Estado Social e a Cultura"
1. O Estado está “falido” para:
- O Museu do Douro (fundação): Extinta!
- Parque do Côa (fundação): Extinta!
- Paula Rego (fundação): Proposta a sua extinção (a autarquia decidirá)
- Serralves (fundação): Cortes no financiamento público (30% do orç. total)
- Casa da Música (fundação): Cortes no financiamento público (30% do orç. total)
Daqui se prova que há critérios muito objectivos para decretar a “falência” do Estado. É decretada a falência se for ”Cultura”, por exemplo. No Museu do Côa, prémio de Arquitectura, pólo de atracção cultural e económico para o Norte de Portugal, uma referência em suma, é a vingança do PSD sobre a barragem do Côa submersa pelas gravuras rupestres e pelo Movimento Popular… O caso do Museu do Douro, outra barbaridade, mais um belíssimo edifício e referência cultura. Uma vergonha a sua extinção. Serralves, outro crime social sofrer cortes, nesta a Gulbenkian do Norte (ou seja, o Ministério da Cultura que o PSD nunca quis…). Paula Rêgo, outra referência cultural e arquitectónica (prémio Souto de Moura). Mas não interessa para nada, é arte, é cultura, é uma referência turística, económica local e cultura. Extinga-se! Viva a ignorância!
2. O Estado não está “falido” para: Fundação Social Democrata da Madeira (a “cultura” PSD, portanto…).
…Esta “fundação” sai imune aos “cortes”, e tem um inquérito sobre uma suspeita de crime de peculato parado há dois anos pelo simples facto de a assembleia legislativa da Madeira não ter autorizado (chama-se “conivência”…) o levantamento da imunidade do líder do PSD na Madeira. Possui 32 prédios, uma herdade, uma frota automóvel (um Rolls Royce incluído / ver notícia do Público)… Aqui no Porto, por ex, pergunto-me o que faz a Fundação Cupertino de Miranda, um enorme edifício vazio e “Museu do papel-moeda”, que coisa tão interessante e visitada internacionalmente…(nem lhe tocam).
…Da mesma forma, o ditador R.R. da Câmara do Porto diz há anos a mesma barbaridade sobre a CMP: “Não há dinheiro”. Não há dinheiro para o Bolhão, mas há dinheiro para as corridas de automóveis… Puxa da máquina de calcular quando ouve falar em “cultura”, quando sabemos todos que na Europa usa-se 1% do orçamento de Estado para a Cultura, quando agora e com o PSD a cultura vale apenas 0,1% do orçamento de Estado… Falência selectiva: não interessa o Douro ser património cultural, faça-se a Barragem do Tua / feche-se o Cinema Batalha / “nunca se fará a Cinemateca na Casa das Artes” disse outro dia F. J. Viegas / acabou-se de todo o financiamento público para o Cinema Português (premiado de resto) / etc., etc… Por isso, a falência só pode ser “selectiva”… O PSD já não pratica só “Darwinismo Social”, agora é mesmo política de terra queimada e a roçar a extrema-direita (anti-cultural de todo).