De: Augusto Küttner de Magalhães - "Mais um sábado: Régua /Pinhão"
Mesmo em tempo de crise, se formos contidos em gastos e até na condução dá para, no último sábado de Setembro de 2012, voltar a passarmos um dia, agradável, de sol, entre o Porto, Régua (Peso da Régua) e Pinhão. Foi o que fizemos, e foi-nos muito agradável. Sempre excelente, depois de sairmos da autoestrada A4, a caminho da Régua, começarmo-nos a aproximar do Douro. A tal visão do rio entre encostas, entre vinhas, que nos traz calma e bem estar. E sobretudo que nos deixa para trás a crise, as crises, o desnorte, a falta de dinheiro, a falta de bom senso, o mau momento que estamos a viver.
Bem, mais um bom tempo com o Douro à nossa direita. A agua está verde, dizem-nos de chover pouco. O Tamisa em Londres está sempre castanho, dizem-nos da poluição. Esperemos antes continuar, aqui, verdes! Um sol maravilhoso reflete-se na água. Um calor tão agradável. Fica o automóvel estacionado, já na Régua, antes da primeira rotunda. Um caminho a pé até um restaurante em conta. Gente simpática, simples, sem mordomias nem guardanapos de pano, comida boa e barata. Regresso ao carro. Percurso lento, mas agradável, até à ponte que nos faz levar ao outro lado do Douro. Ali, à esquerda a ponte agora pedonal, com pessoas nela a circular! Ida direta até ao Pinhão. Sem parar na Barragem da Régua, onde estão muitas pessoas a ver um barco que vai subindo o Douro, a ganhar água para ultrapassar a eclusa.
Uma carrinha que vai para lá carregada de uva tinta, outra que vem para cá. Estamos a ficar, quase, quase, ao nível da água, do rio, do Douro. Que calma, que conforto, ainda não se paga para "ter" este conforto, este rio junto a nós e nós junto a ele. Não é preciso nada dizer, basta ir olhando. Um camião cisterna em sentido contrário. tudo com calma, sem pressas, sem ultrapassagens. Chegados ao Pinhão, virámos à esquerda depois de passar a ponte, para ver a entrada e o movimento de uma quinta, vemos a sair de uma viatura o CEO do maior grupo de Vinho do Porto, parece ir com uns jornalistas estrangeiros, deve ir mostrar e estar com a vindima. Voltamos em direção ao oposto no Pinhão. Algo que destoa, um grupo de muitos motards, na estação de combustível, a fazer/dar estouros com as motas acelerando-as... não havia necessidade!
Mais abaixo parámos junto ao cais, imensos turistas, portugueses, espanhóis, ingleses, a ver o rio, a calma da agua, à espera de cruzeiros de 1h30. Na esplanada, várias pessoas, a tomar qualquer coisa. Andámos a pé, devagar, sem parar. Vimos tudo. Bebemos água que trazíamos no carro. Tudo ainda tao agradável. A tal conjugação da Terra com o Humano, onde este ainda "não conseguiu" destruir totalmente aquela. Pelo contrário, ainda, vivem bem em conjunto!
Chega um barco da maior empresa que faz cruzeiros no Douro. Até comprou, e bem - para turistas usarem -, o barco em que a Rainha de Inglaterra se serviu, no seu Jubileu em Junho último, no Tamisa, em Londres. Vão-se outros barcos pequenos. Regressámos calmante à Régua. Trânsito apertado junto à estação. Quando conseguimos passar a rotunda depois da estação da CP para voltarmos ao Porto vemos, para nosso espanto, um autocarro de passageiros, semienterrado no alcatrão dessa mesma rotunda. Terá cedido ao passar normal daquele veiculo? Mas é recente a obra feita! O que terá acontecido? Será normal? Haverá responsáveis a responsabilizar?
Continuamos para o Porto. Passamos em frente ao Instituto, à Casa do Douro, descemos, passamos pelo Museu do Douro que parece que a Fundação que, lá estám vai deixar de o ser, Fundação. Sempre o Douro, sempre o rio, sempre o sol. O calor. Mais uma carrinha cheia de uvas. Caldas de Moledo. Curvas da estrada que nos deixam estar junto ao Douro. Chegámos bem melhor ao Porto do que tínhamos partido, de manhã. É verdade, sempre de rádio desligado, não ouvindo noticias, não sabendo nada da crise, amanhã entraremos novamente nela, crise. Hoje, esquecemo-la! Por um dia! No Douro!