De: Pedro Figueiredo - "Mais pontes - para que vos quero?"
1 - Quando vivia em Gaia eu queria pontes. Era uma altura em que dependia do autocarro 82 e 84 para tudo. Vir ao cinema ao Porto, vir para a faculdade, etc. - a saber: Barragens, Pontes e Auto-estradas - não são exactamente "o desenvolvimento" nem aquilo que nos traz a nós - arquitectos - trabalho regular, nem a todos nós - cidadãos - a satisfação das nossas necessidades. É preferível - de todo, e sob o ponto de vista do "mercado da construção", dada a experiência que temos de estar em crise, o multiplicar de intervenções de pequena e média escala, e agora... forçosamente para a reabilitação urbana, todos e em força! "Pontes - para que vos quero?" Foi tempo, já. Os tempos são outros agora. (Discuta-se o Bolhão e a reabilitação urbana em geral e deixemo-nos de pontes e de barquinhos à vela, que são de resto um sucedâneo fofinho e marítimo dos carrinhos de corrida do ditador e dos aviõezinhos da RedBull...) Estamos em guerra, não de limpar armas. Digam às senhoras do Bolhão, cujas bancas arderam, que as pontes especiais de corrida é que são a prioridade do Porto... a ver o que vos acontece! (Sim, as peixeiras não têm qualquer oporto glamour... é uma chatice.)
2 - Está a dar resultado a propaganda que martela constantemente que ao PSD terá forçosamente de suceder (tão só e apenas) o próprio PSD aqui no Porto.
3 - Por isso e para que tal "pareça" democrático... todo o espectro político está (localmente e mediaticamente) a ser esmagado para afunilar o possível confronto de coisas realmente diferentes, para um "pseudo-confronto" entre o PSD-cessante ("Rio - a austeridade") e um PSD-pujante ("Menezes - o investidor")... Faz falta uma verdadeira alternativa. Faz falta "a" alternativa. Faz falta portanto "a esquerda". E como é que nós-esquerda conseguiremos (?) crescer e aparecer? (... lá estou eu a ver as coisas pelo meu "engajamento político", lamento muito mas as minhas opiniões não são independentes e provavelmente serão até "manipuladas"). Formar uma coligação que inclua PCP, PS e Bloco e uma ou um candidato que não seja pré-cozinhado à partida nem imposto aos restantes co-ligantes... Eis o desafio. Desviar a atenção mediática de Menezes - ganho-à-partida é fundamental. Cozinhar um programa a muitas mãos que inclua dinamitar as pontes de Menezes e dinamizar o Porto que ainda resta!