De: Alexandre Burmester - "Polícia - Uma eventual tragédia"
Caro Paulo Espinha
Não sei se já deu para entender que a polícia, nestes tempos de crise, apenas se encontra ao serviço da arrecadação de verbas e de impostos, sejam elas para si própria seja para as Finanças deste País, que se encontra ao saque dos contribuintes. Aliás sei por fontes da própria polícia que se as esquadras não arrecadam verbas em multas, senão superiores, pelo menos iguais a meses anteriores, vem logo uma recomendação e reclamação dos comandos, porque não devem estar a trabalhar convenientemente.
Outro dia na A1, havia tão somente duas operações de “caça automobilistas”, uma na Mealhada e outra em Leiria. Só ali podia-se contar cerca de 40 carros da Brigada de Trânsito. Sou até de opinião que deveriam fazer uma PPP da Brigada de Trânsito, uma vez que esta já não tem há muito como finalidade primeira a da Prevenção mas sim a de Arrecadação de Impostos. Com uma Parceria Público Privado seria um bom motivo de menos gastos com funcionários públicos, já que a mesma é bastante apetecível, segundo notícias publicadas são pelo menos 240 mil euros dia (x360 dias...), qualquer coisa como quase 100 milhões de euros.
Agora experimente-se precisar da polícia para aqueles assuntos chatos do dia a dia, do tipo ser agredido, ser assaltado ou outros parecidos e até dá gosto de ver a eficiência. Este fim de semana assisti um chamado da polícia, que depois de se perderem pelas ruas do Porto devem ter desistido de comparecer. Vi depois a agressão de uma pessoa que foi para o hospital e o agressor depois de intimidar a polícia foi para casa descansar. Que fez a polícia? Disse aquela frase típica, “Tem de apresentar queixa e depois é a Justiça a tratar”. Como a Justiça todos sabemos que não serve para nada, tipo 2 anos passados ir a Tribunal, depois de quem apresentou queixa levar um enxerto de porrada e uma carga de intimidações, ficamos todos seguros e descansados porque a polícia sabemos vai pelo mesmo caminho.
Pelo menos sabemos que outro dia de madrugada o Porto era uma cidade segura, estavam todos parados nas operações auto-stop. Durante o tempo da fila, quem tinha droga saiu e foi a pé, quem guiava com álcool trocou de lugar com quem não tinha e a lei foi-se cumprindo. Bons os temos que correm... (O próximo passo vai ser andarmos todos armados.)