De: Pedro Figueiredo - "Super Bock Carmo, bem fresquinha"
Estão aí – e até bem à vista de todos – novas formas (e, para mal dos nossos pecados, ainda mais e mais criativas formas) de privatização da cidade e dos espaços que deviam ser de utilização pública. Recentemente, o geógrafo Rio Fernandes apontou neste texto do Porto24 algumas destas formas. Eu aponto agora mais duas formas de “Coisas” (não tenho nome para designar isto).
1 – “Coisas” inacreditáveis como por exemplo: em todas as designações das paragens de autocarro que passam pelo Carmo, a “Rua do Carmo” (?) aparecer agora com a novíssima designação “Super Bock Carmo”… O que é isto? Isto é oficial? É legítimo? Quem mandou? Alguém me perguntou se podiam? Foi a Troika? (e para quem goste mais de Sagres, como é?) E em que mais sítios, folhetos e prospectos da cidade do Porto, a designação “normal” de praças e ruas desta cidade foi assim privatizada, concessionada, vendida… enfim, o que quiserem?
2 – No mesmo dia, na Estação de S. Bento, para além da estupidez do costume que é ter de se pagar 50 cêntimos para usar a instalação sanitária pública , o seu acesso aparece agora – num minúsculo espaço – ridiculamente “controlado” por uma cancela tipo “portagem”… a atravancar ainda mais o espaço… Mas será que esta gente – REFER presumo – perdeu todo o “senso comum”? E o ridículo das coisas. (Protestar é preciso.) É isto a privatização-couraçada de um minúsculo espaço público? Existe mais algum sitio em Portugal onde tenham feito semelhante barbaridade a um minúsculo WC-sem-culpa-formal? Como é na Estação da Régua, por exemplo? Ou na estação de Aveiro? E se funciona, porquê fazer coisas complicadas e ridículas? Mas porque é que no Porto há assim mentes brilhantes que se julgam rainhas da originalidade? E porque é que têm esse “poder”? (Mas essas tais mentes terão mesmo esse poder? Ou nós é que somos um bocado burros?)