De: Augusto Küttner de Magalhães - "Serralves - Conferências Rio+20"

Submetido por taf em Sábado, 2012-07-21 23:50

Entre 10 de Maio e 19 de julho de 2012 foi possível assistirmos a mais um excelente Ciclo de Conferências, sete (7) às 5ªs feiras à noite, em Serralves. O tema foi terem passado passado 20 anos sobre a Conferência das Nações Unidas no que concerne o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (Rio – 92), e em Junho de 2012 se ter realizado novamente no Rio de Janeiro a Conferência Rio +20 que tinha como entendimento debruçar-se sobre: economia verde no contexto de desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza, e o quadro institucional para o desenvolvimento sustentável.

Bem, Serralves, uma vez mais cumpriu e muito bem a sua missão, de “passar-nos” Cultura/Conhecimentos. Arte é usual vermos em Serralves, bem como um maravilhoso Jardim, bem como a Casa, bem como a Biblioteca. Bem como conferências, sempre com muito conteúdo. Aqui tivemos 7 noites de 7 quintas-feiras a ouvir/ver/dizer “muito” sobre tanto que nos interessa, e que tantas vezes nos esquecemos. “Isto” onde vivemos. A Terra é finita, tudo é finito. E se não tivermos algum cuidado vamos dar cabo do planeta. Isto é como a vida, pode ou não haver outra, mas, esta nossa, há de certeza, se não a cuidarmos, acaba. E pronto, acabou. Os vários temas desenvolvidos em cada sessão foram de máximo interesse e oportunidade, e muito deu para muito aprender.

Por vezes parece estanho que haja pessoas que vão assistir a estas conferências com mais vontade de falar que de ouvir, por vezes é estranho como pessoas falam entre si, quando a ideia – pensa-se – é ouvir os oradores. Estranho é haver pessoas que não largam o telemóvel – raio de amigo! - , seja não o desligando e quando toca haver quem o atenda em plena conferência, a haver, para quem, o aparelho – o mesmo - tira retratos, dá em fotógrafo, e não se apercebem que incomodam todos os restantes que ali estão. E também dá para receber mensagens e enviar, como se fosse o local indicado para o fazer! Quer não deixando ouvir, quer mexendo-se quer andando com os braços no ar para o retrato tirar. E há sempre os perguntadores, que falam, falam, falam – dizem pouco - mais que os oradores. Bem, mas isto é “normal”, como é, não ser pontual.

Mas tirando isto, o resto é muito mais importante e Serralves uma vez mais soube estar à altura de Serralves. E uma vez mais Serralves fez pelo Porto, pelo País, o que tantos com mais visibilidade não sabem, não querem, não conseguem fazer: construiu. Serralves ensinou. Só não aprendeu, quem não quis. E claro, não se espere, ainda para mais em tempo de tantas crises, que tudo mude, mas fica sempre algo. E fala-se, e diz-se. E cada vez mais pessoas entendem que “isto” não é infinito, que o limite “não é o céu”, e que todos temos de ser menos egoístas e cuidar deste espaço que é de todos. E claro que os chineses, e não só, dizem que têm de se desenvolver poluindo dado que foi assim que os EUA e a Europa se desenvolveram. Daí o tal desenvolvimento sustentável. Daí falar-se. Daí entender-se que o clima já se estragou. Claro que ao longo dos milénios o clima virou-se aqui na Terra, mas nunca em 15 anos como aconteceu no fim do passado século. Como agora acontece em cada ano que se segue. Tudo se estrafegou, mas ainda não acabou. Mas pode acabar. E não havia necessidade.

Muito se disse em Serralves, muito nos ensinaram. Estão uma vez mais de parabéns a Fundação de Serralves, o seu Presidente Luís Braga da Cruz, a sua Diretora-Geral Odete Patrício e toda a equipa que permitiu que este Ciclo acontecesse, e aqui convém lembrar todos, não sendo menos importante a senhora da limpeza, o senhor das luzes, a jovem que dá o microfone aos perguntadores que viram oradores. Foi muito bom, estão de parabéns, e pedimos mais.