De: Cristina Santos - "Campanhã e o Executivo"

Submetido por taf em Quinta, 2012-07-12 19:30

Para apurar se o Executivo interveio ou não em Campanhã, proponho o exercício de falsear ideias e impressões, para ver o resultado. Alinham?

  • O bairro degradado de S. Vicente de Paulo foi demolido, portanto e sendo isto factual, é falso que não tenha existido intervenção. Nos terrenos onde existia esse aglomerado de habitações decrépitas, fazem-se hoje pic-nics, joga-se à bola, anda-se de bicicleta e é falso que lá permaneça grande índice de toxicodependência, delinquência ou crime, pode consultar-se as esquadras nas imediações. Os campos para desporto é falso que não sejam utilizados para os efeitos devidos desde que o bairro foi demolido.
  • No bloco que resta de S. Vicente de Paulo onde residem sobretudo idosos são feitas, com uma periodicidade mensal, obras de manutenção no interior das habitações, portanto é falso que não exista intervenção.
  • O Parque Oriental está a 60% de estar concluído portanto é falso que não tenha existido intervenção. O Palácio do Freixo, junto à Marina e ao acessível Museu da Imprensa é uma pousada portanto é falso que não tenha sido objecto de intervenção.
  • A Bonjóia tem projectos interessantes e bem sucedidos, que vão desde a música para as crianças, a palestras, e aos serões, sempre aberta ao público. Portanto é falso que esteja sem intervenção.

Em termos gerais, da Corujeira ao Freixo, ou ao Parque Oriental houve intervenção e de monta, e nova, porque a última que tinha existido era o nó de estradas.

Claro que esta brincadeira não iliba a falta do Executivo em não dispor de incentivos para a recuperação do vasto parque industrial privado ao abandono, parte deste julgo até já estar incluído no fundo imobiliário que também investe no Aleixo, contudo é uma falha. Também não iliba da falta de aproveitamento conceptual de ideias anteriores como: zonas de incubação empresarial, centros tecnológicos, etc. Mas também não dá fundamento a que se afirme que não existiu intervenção, e se façam pressões descontextualizadas que mais não visam do que tentar começar a campanha eleitoral, sempre pela mesma freguesia.

É preciso que estejamos atentos e sejamos concretos e realistas, para que os espaços verdes, as aves, a qualidade de vida, não volte por artífices políticos ao que foi nesta freguesia, e ao que ainda é em muitos bairros desta zona. Intervir em Campanha não tem de passar por construir mais habitação social, isso condenou e ostracizou a freguesia. Também não tem de passar pela devastação de espaços verdes ou a área ruralizada, porque só estas valias poderão atrair investimento e interesse que acrescente valor, podendo funcionar como rampa para uma nova cidade dentro da cidade.

Alerto para isto e desde já, porque vem aí a campanha eleitoral e, atendendo ao histórico, compete-nos a todos defender esta freguesia, de potencial patrimonial e humano imenso, e não permitir que sirva apenas como urna de fieis e devotos partidaristas, esquecidos e abusados.