De: Pedro Figueiredo - "Espaço Tê de Tragédia"
Veio no jornal Público e noutros jornais esta notícia: «Futuro do Espaço T em risco por dívida de 150 mil euros (…) A partir de segunda-feira, começam os despedimentos, pela primeira vez na história da instituição: até ao final de Agosto, deverão ser despedidos 15 dos 33 funcionários. (…)“O Espaço T é uma instituição particular de solidariedade social (IPSS), sem fins lucrativos, que combate a exclusão social através da arte e da formação. A sede no Porto e a filial na Trofa acolhem, no total, 500 alunos com problemas diversos: toxicodependentes, invisuais, seropositivos, doentes psiquiátricos, portadores de trissomia 21. Em 18 anos, passaram por lá mais de 10 mil utentes”. (…) A associação recorreu ao crédito bancário para financiar obras que, segundo afirma Jorge Oliveira, foram exigidas pela Segurança Social. Agora, o Espaço T está a braços com uma dívida bancária de 150 mil euros, à qual acrescem juros de quase 50 mil euros.” A dívida tem duas parcelas - 70 mil euros dizem respeito à penalização, aplicada pelo Estado, por nem todos os alunos ter acabado os cursos. "Gastámos dinheiro com formadores e material, não temos culpa por nem todos chegarem ao fim. É uma franja social muito problemática", alega o presidente.»
Enquanto o Espaço Tê - uma meritória instituição de apoio social aos mais necessitados - está a ser estrangulada, o ditador (Estado – Câmara) despeja outras instituições sociais (“Fontinha”) e Menezes (Estado – Câmara) promete pontes no valor de 50 milhões… Na vida real das pessoas que vivem e tentam sobreviver de coisas concretas e não de promessas vazias, o Espaço Tê faz o que o que o Estado se nega a fazer, apesar de ser o “apoio social” uma função típica do Estado… Porque o Estado está tomado pelo Liberalismo que quer acabar com o (próprio) Estado, acabar com as suas funções socais (“em particular”) e negar o direito aos pobres de (sequer) existirem. «Em dois cursos de educação e formação (CEF) frequentados por 30 alunos, só 10 chegaram ao fim. "Alguns foram presos, outros desistiram." Os restantes 80 mil euros resultam dos créditos (incluindo impostos e juros) pedidos à banca para financiar obras na sede e na filial, devido aos atrasos do Estado nos pagamentos.» Os bancos não perdoam dívidas aos pobres e são sempre resgatados e nacionalizados os seus prejuízos. O Espaço Tê precisava de ser “resgatado” e não há quem lhe valha! Má sorte não ter sido banco. O Estado-Liberal esmifra Povos inteiros para pagar a Bancas Internacionais. O Estado-Liberal não está a permitir (sequer) aos pobres o direito a respirar e a existir, quer em Portugal, quer no Porto, quer no Espaço Tê… (e não há missa que redima estes pecados).