De: Augusto Küttner de Magalhães - "São João e outros"
- Festa de S. João, ícone, ou não!
Uma certa espontaneidade, muita alegria - mesmo em tempo de tantas Crises - que se vive no Porto, antes e durante as Festas de S. João, que não só no Porto e não só com o S. João, não será uma "mostra" do que "ainda" somos, sem Fado - tristeza e saudade, Fátima, e Futebol? Sem anular para quem tanto gosta de Fado, Fátima e Futebol, não seria necessário fazer-se propagandear pelo Mundo este género de festas como ocorrem no S. João? Não dará "lá fora" outra "nossa" imagem? Não será pouco os habituais 3 F´s?
Claro que as Festas de S. João e de outros santos populares, são pouco para nos definirem como um País, com vontade de ser futuro, mas é algo a preservar, a ver, e a estar. E juntar a isto o Vinho do Porto que nesta altura faz umas festividades que não são abertas às populações, mas deviam-no ser. Juntar a isto todos os Monumentos que temos por este País fora com séculos de História. E em simultâneo, já que estamos no Porto, juntar-lhes Serralves e Casa da Música! E, porque não, aqui também o sucesso do Aeroporto Sá Carneiro, do Porto de Leixões. A nossa costa marítima, o nosso mar, que vai do Minho, até lá baixo ao Algarve. E saber que ao largo da Póvoa de Varzim temos um WindFloat que está a aproveitar a força do vento para produzir energia. Que temos nanotecnologia em Braga, que temos vários excelentes Institutos de Investigação e Formação, como o IPATIMUP no Porto. Que temos Indústrias, poucas, poucas de ponta, mas temos, como a Efacec, a Bial. E que mais desejamos ter.
Que não somos tristes como à noute como o Fado e a saudade nos dizem. Que não pensamos só em Futebóis. Que podemos ainda ter bastante população e ainda bem Católica de Roma, mas que não vivemos obcecados como parece, com: Fátima. Que não somos uns coitados de uns atrasado! Que até sabemos "querer" o futuro! Que temos turismo, mas que o vamos adaptando ao nossos dias, no Douro, no Minho, no Alentejo. Que queremos fazer melhor para nós e para lá fora projectar. Que conseguimos dar a volta na Indústria do Calçado e que somos dos melhores, em qualidade. Que estas festas sanjoaninas são bastante naturais, espontâneas, e sobretudo alegres! E nao dependem do Estado, do Governo, das Câmaras Municipais, fazem-se pela e com a população! Vive-se sem tristeza, saudade e melancolia.
O País numa Europa sem rumo pode, deve, dar exemplos pequenos, mas essenciais, nunca de nacionalismo, mas de progresso de futuro, de caminho em frente, sem estar a olhar para o retrovisor, para trás, para ontem... que não volta! Mas só deve olhar para trás, para não esquecer a História, a Memória e evitar repetir tantas vezes os erros do passado.
- Será que só em Lisboa a saúde não aperta!
Apesar da continuada total falta de explicações, que nos deveriam ser dadas por alguém que o soubesse fazer neste Governo, já deu para entender que não podemos continuar como estávamos. E o Estado Social, ou seja Saúde, Educação e Segurança Social, tem que ser encolhido – não cortado à toa, como parece estar a ser feito – de forma mais igualitária em cada uma das três vertentes, mas em todo o País. Os provincianos de fora de Lisboa, que não só os do Porto, Aveiro, Vila Real, Faro, Viana do Castelo, e muitos mais, já perceberam, já sentiram, o que é a diminuição de Centros de Saúde, alterações em Hospitais, sinergias, Maternidades que fecharam, quer por haver muito menos nascimentos, que por não ser possível desperdiçar o pouco que ainda temos e haver um local de Saúde junto à casa de cada um, aconteceu. Acto consumado.
E o mesmo sentimos, em muitos mais aspectos como no fecho, por certo indispensável, de outros Centros de Saúde aos fins-de-semana, sem explicações, claro. Sem invejas, dado que a nada levam, os que não são de Lisboa deixaram há muito - e a cada dia ainda mais - de entender que quando se fala na imperiosa necessidade do fecho da Maternidade Alfredo da Costa (MAC) uma vez que existem excelentes serviços similares em Lisboa, e menos crianças a nascer e a população lisboeta diminuiu pela fuga para os subúrbios, todos em Lisboa se manifestam, contra, não pode fechar, uns até por ser onde lá nasceram, há décadas. Não por estarem vivos e os tempos serem difíceis, só para o resto do País.
Quando se pensa em centralizar serviços por hospitais, em Lisboa, não havendo em simultâneo em cada um a mesma urgência ao mesmo tempo, às noites, fins-de-semana e feriados, não pode ser. Quando se tenta aglutinar serviços para não haver repetições, não pode ser. Mas fora de Lisboa, por exemplo no Porto e até no Grande Porto, já é. As urgências por especialidade em dadas alturas já só funcionam num único hospital. E funcionam. Logo em Lisboa, apesar de ser a capital do nosso império, onde tudo se decide, onde está o Governo, onde estão os importantes decisores e o Parlamento, não deveria continuar privilegiadamente a ser diferente do resto do País. Assim, precisamos, para além das tais explicações a serem dadas por quem nos as quiser e souber fazer, sobre os cortes necessários no Estado Social, de entender se o que se faz, se diminui, se reestrutura, se fecha, se aglutina, nunca acontecerá que não fora de Lisboa, e qual o ponto da situação da MAC, e de tudo em todos os restantes hospitais de Lisboa. Ou nem por isso! E corrige-se quando é negativo, no resto do País!
- Toponímia Feminina Portuense de César Santos Silva
Um curioso livro que nos faz “passear” por Ruas do Porto, no Feminino, com denominação Feminina. Um trabalho de César Guilhermino Branco Santos Silva que o próprio dedica às mulheres do Porto. Para além do passeio/viagem virtual pelas ruas femininas do Porto, o que implica pensarmos o Porto de Ocidente a Oriente, fazendo-nos recordar espaços onde já podemos ter estado ou então fazer-nos ir visitá-los. Cedendo o virtual ao real!
Mulheres que influenciaram o Porto, Portugal e até o Mundo: Santas, Rainhas, uma Médica, Escritoras, Musicas e Pintores. E em simultâneo: Mulheres e Mães! Uma viagem pela História, pelo Porto, pela Cultura, pelo Feminino, no Feminino. O relevo tão merecido dado às Mulheres, que felizmente hoje têm direito ao mesmo espaço e tempo que nós homens, mas, nem sempre assim aconteceu. Hoje não precisa de um homem ter por trás uma grande Mulher. Podem, devem, estão, em tudo a ser-se iguais, e todos e todas por isso devemos actuar. Um interessante trabalho com muita investigação do César Guilhermino Branco Santos Silva.