De: Rui Encarnação - "Casmurros"
Sem grandes preocupações de correcção literária, apesar da questão se prender com uma biblioteca, há duas acepções da casmurrice que, na verdade, se aplicam ao caso como uma luva. Numa delas é casmurro quem costuma teimar ou insistir numa ideia! Noutra é casmurro quem não mostra alegria ou tem tendência para se isolar.
Por isso, meu caro Tiago, concordo absolutamente consigo, pois se quem desocupou de baratas e de taipais a Biblioteca do Marquês (onde passei tardes e manhãs a ler... e por isso, foi pensada, construída e paga – pelos contribuintes - para ser uma pequena biblioteca e não estaleiro de apoio do que quer que seja) pertença ao grupo de ocupantes da escola da Fontinha, é efectivamente casmurro porque insiste e teima numa ideia – a de dar uso ao que é de todos em prol de todos. E não posso deixar de concordar consigo quanto à casmurrice do Presidente da CMP, pois efectivamente, nem tem alegria no que faz e na forma como olha para a Cidade (já que não a pensa) e tem a inigualável tendência para se isolar, não ouvir e não aceitar ideias e contributos daqueles que elege como seus inimigos, em função apenas do seu pseudo-ideário político-partidário e não da valia das iniciativas ou ideias.
A grande diferença entre estas casmurrices é que a primeira não tem prazo e a segunda sim. Começou no dia de umas eleições (pois até aí não conhecia o pensamento do dito Presidente sobre a Cidade, nem a sua actividade cívica enquanto tripeiro) e está para acabar.