De: Alexandre Burmester - "Rui Rio e o descomprometimento"
Não percebo porque certas pessoas dizem determinadas coisas e disso dão tanta importância os Jornais e os Media. As tiradas proferidas pelo Presidente da Câmara do Porto são, para além de patéticas, uma bela metáfora do que lhe vai pela alma.
“Quando uma câmara está excessivamente endividada, quem vier depois a ganhar eleições não tem margem para tomar qualquer decisão política. As câmaras endividadas não deviam ter eleições, mas sim uma comissão administrativa para a gestão corrente, até estarem equilibradas.”
Ou ainda sobre a implantação do Corte Inglês na Boavista: "Tenho eu naquela altura criado um polo de atração tão forte como esse na rotunda da Boavista e hoje a baixa era zero e sendo a baixa zero estas parcerias como o Mercado Ferreira Borges, o Palácio do Freixo, não tinham condições de mercado e garantias para ir para a frente".
Caro Sr. Presidente, se porventura não se importasse tanto com números e mais com as pessoas, com a Cultura e com o Urbanismo, perceberia que a sua gestão da Câmara do Porto se encontra excessivamente endividada. Se percebesse alguma coisa do mercado imobiliário e por muito pouco que fosse de Urbanismo, perceberia que a sua tirada sobre o Corte Inglês é de tamanha ignorância que até dispensa comentários.
Aproveitanto a sua tirada, também eu sou de opinião que as Câmaras excessivamente endividadas deveriam ser objecto de um tratamento diferenciado. Mas, ao contrário, nunca os cidadãos poderão vir a sofrer de descomprometimento democrático e ter de comportar com uma gestão tecnocrática, mas sim os seus Presidentes e Vereadores deveriam ser impedidos de se candidatar fosse ao que fosse de gestão pública, sem antes serem objecto de reciclagem onde alguém lhes explique o que é gestão pública ou de levarem com um processo jurídico. Sabe que na vida nem tudo é uma questão económica.