De: Pedro Figueiredo - "Um pé no Povo, a mão no Capital"
1 - No blogue do Miguel Barbot Um pé no Porto, outro no Pedal, talvez a coisa mais eficaz de uma série de coisas muito interessantes é o mapa evolutivo que faz uma radiografia real dos circuitos Portuenses mais utilizados pelas bicicletas.
2 – Será “inevitável” (essa nova palavra) nas próximas autárquicas o assunto “Bicicleta” ser um assunto fundamental das discussões e dos programas em jogo. Bicicletas / Rede Metro / transportes Públicos. O instrumento que o Miguel criou é a matriz (a única) de qualquer mapa que faça sentido para se poder conceber 1) ou uma rede de ciclovias ou 2) uma rede de vias cicláveis (não necessariamente “ciclovias”) ou 3) circuitos a implementar para uma rede pública de bicicletas de uso “citadino”, ou 4) Tudo isso a ser implementado em simultâneo… Esta “crise” (chama-se “capitalismo”) tem um enorme impacto na mobilidade das pessoas. Muito mais bicicletas apareceram na cidade do Porto. O Metro do Porto aumentou o número de utilizadores de forma exponencial. O “governo”, não aproveitando qualquer oportunidade que a “crise” impulsiona, aumenta os preços do transporte público ao utilizador… Exactamente ao contrário de qualquer lógica e inteligência…
3 – É ou não verdade que a transformação de parte da Rua de Santa Catarina para peões nos anos 80 suscitou à altura (já lá vão 30 anos) as “habituais” reacções (lá está) reaccionárias por parte dos comerciantes com o queixume de que “agora com isto para peões a rua morrerá, o comércio definhará”?... É ou não verdade que – precisamente – a parte superior da Rua de Santa Catarina, tipicamente automóvel, praticamente “morreu” quer para habitação quer para comércio?... Ás ruas que funcionam como vias rápidas, sobretudo ás de sentido único e sem lugar sequer para parar/estacionar, resta a morte para qualquer tipo de comércio tradicional: Rua de Camões / Rua Faria Guimarães / parte superior da Rua de Santa Catarina…
4 – Agora, “mete medo” passados 30 anos de experiência continuarmos a “levar” com os mesmos argumentos burros vindos de pessoas “com responsabilidades”…Também “mete medo” perceber que o ditador ignora a cidade que “governa”. Da seguinte forma:
- - Saberá o ditador que no Porto existe um ramo do Movimento “Massa Crítica” que organiza bicicletadas todos os meses?
- - Saberá o Ditador que a Cicloficina que dá apoio à Massa Crítica já existiu na CasaViva e na Escola da Fontinha?… (“-Ah, as bicicletas que os polícias partiram, estragaram quando destruíram no assalto à Es.Col.A. eram essas?” ”- Sim, algumas seriam…” digo eu)
- - Saberá o Ditador que o Blogue do Miguel tem “o instrumento de estudo” que falta à ignorância da CMP para gizar e traçar as vias cicláveis? De outra forma a bárbara ignorância do ditador tem semeado irritantes “ciclovias” (risos) desgarradas pela cidade, desfasadas das verdadeiras necessidades de transporte… Sim “as bicicletas não são uma coisa de lazer ou para crianças”. Bicicletas, Sr. Ditador, são um MEIO DE TRANSPORTE. Um meio de transporte que merece ser combinado com o Metro e o Comboio, vencendo grandes distâncias, declives acentuados, etc…
De qualquer forma, se “a Burguesia” passar a comprar as bikes na loja de Matosinhos, tanto pior, tanto melhor, tanto faz… O que importa é que toda a gente se bicicletize, mais burguês, mais povo, etc, mais chic, menos chic…, o que interessa são as duas rodas (apenas)… ”No fim, para além de transformarmos os vossos gabinetes em cabarets e os vossos supermercados em cooperativas” / “também reciclaremos os vossos carros em bicicletas… duas por cada carro, pelo menos”. - Bicycle race, Queen