De: José Ferraz Alves - "Mais do que urgente, o Banco Social!"

Submetido por taf em Quarta, 2012-05-16 18:56

"Caixa financia até 83,5 milhões na OPA à Brisa", em Diário Económico de 2012.05.15

Esta Caixa… é a Geral de Depósitos, o único Banco Público, logo a que mais devia promover o desenvolvimento, algo que não se decide por decreto mas que necessita de projectos e de fundos para o investimento. A Caixa Geral de Depósitos é a entidade financeira que tem sido partilhada pelo PS e pelo PSD e que, recentemente, com o BCP tomado pelo PS, é de uma paz financeira e convivência que agrada a "todos". O apoio à OPA da Brisa é troca de dinheiro entre accionistas, que muito provavelmente será colocado logo fora do país.

É a Caixa que devia apoiar os PPP – Pequenos Projectos Possíveis, esquecidos pelos capitais de risco público e Business Angels - que vivem do dinheiro dos primeiros – e que julgam que vai aparecer na esquina mais uma Google, uma Apple, um Facebook, que lhes renderá muitos milhares de milhões. E que só investem acima de 1 milhão de euros, dado não têm tempo nem paciência nem humildade para coisas pequenas. Nem são apoiados pelo “crédito-micro” que temos no País, sem carências de juro e mínimas de capital e com spreads aviltantes, dado que são garantidos pelo Sistema de Garantias Mútuas do Estado. Portugal não apoia o empreendedorismo. Diz que sim. O que se passa nestas cabeças dos decisores económicos e políticos? “Fetiches” do tempo em que jogavam monopólio na infância - E como o humorista Bruno Nogueira muito bem retratou, deveria ter muitos recursos de Isaltino Morais quando saía a carta “vá para a cadeia” -.

O Movimento Partido do Norte, futura Federação de Partidos com sedes em várias Regiões do País, o Partido Português das Regiões, aprova a constituição de um Banco de raiz privada, sem intervenção pública, com cariz social e que terá intervenção nas regiões. Mas coloca-se longe dele, apenas o apoiará na guerra forte que lhe será movida para a sua constituição. Não precisa de intervenção pública, porque será auto-regulado pelo mecanismo das Empresas Sociais criado pelo Yunus e ficará fora do apetite dos jogadores de monopólio.

No MPN, aprendemos com o Governo Britânico, que aprovou uma comissão liquidatária que percorreu todo o sistema financeiro do país, em busca de contas com dinheiros de dividendos e juros de obrigações, e que acumularam 20 mil milhões de libras para o apoio à acção social neste país. Aprendemos com o Hospital Psiquiátrico de Girona, que se converteu no terceiro maior produtor e vendedor de produtos lacticínios na Catalunha e cujos colaboradores ajudam as suas famílias, com os salários que auferem (empreendedorismo social). Aprendemos com o que se passou com as Caixas Espanholas, cuja intervenção dos políticos na sua gestão está na raiz dos seus problemas financeiros.

Aprendemos com Muhamnad Yunus, em que ser Empresa Social tem apenas quatro regras estatutárias que fazem a diferença toda: 1º O capital dos accionistas é remunerado como se de um financiamento com risco accionista se tratasse; 2º Não pode distribuir dividendos, tendo de reinvestir os existentes na sua missão ou praticar preços que os eliminem; 3º Tem de ser sustentável económico e financeiramente; 4º Os gestores recebem “success-fee”, não pelos lucros, mas pelos novos empreendedores sustentáveis que apoiem, pelo número de empregos que ajudem a criar, pelo número de casas habitadas que consigam financiar na reabilitação.

José Ferraz Alves
Secretário Geral Movimento Partido do Norte