De: Luís Gomes - "A razão perde-se num instante"
Caro Alexandre
Pelos seus comentários, denoto que não gosta da actuação da CMP. Está no seu direito. Não entendo são os seus argumentos:
- 1. Ninguém está a "asfixiar" os horários na noite da Baixa. Criam-se regras e garante-se o seu cumprimento. Eu não vivo na Baixa mas não gostaria de morar ao lado de uma discoteca que estivesse a funcionar às 6 da manhã.
- 2. Os barulhos e comportamentos verificados na Queima não são melhores nem piores do que os verificados na Baixa: atira-se o lixo para a rua, urina-se onde calha e o ruído será desagradável em ambos os lados.
- 3. Estou em crer que o Queimódromo "chegou primeiro" do que 4/5 dos prédios construídos em frente a ele. Quem comprou ali sabia ao que ia, não lhe parece?
E eu como munícipe do Porto não posso aceitar de ânimo leve que a CMP se endividasse ao longo destes anos para "resgatar" os direitos de construção no parque anteriormente emitidos, quando o cidadão de Matosinhos beneficia do parque muito mais do que os portuenses. Não me consta que, em algum momento, Matosinhos tenha contribuído para o bem comum que é o parque. E os juízos de valor da "má vizinhança" dão para o lado que se quiser, argumentos certamente não faltarão.
Resta-me dizer que em relação às regras para a noite na Baixa acho muito bem que se legisle, actue e fiscalize. Não se pode ter diversão, comércio, turismo, e gente a viver no centro histórico agradando a todos. Não é por acaso que a noite de Barcelona é associada ao botellon e a outros fenómenos ilícitos e que isso, se num primeiro momento é captador de turismo, num segundo momento vira-se contra esse mesmo destino.
O grande problema deste país como da Grécia é a economia paralela e a falta de cumprimento/fiscalização das leis. Vejam-se as Lojas de Roupa no Porto com avisos de "Montras em Execução" ad-eternum, sem exporem os preços como manda a lei. Eu nunca fui a uma discoteca no Porto em que me dessem um recibo ou uma factura pelo serviço prestado. E creio que não tive azar...