De: Cristina Santos - "A oposição deve estar satisfeita, finalmente derrotou ... os jovens"
Era evidente que a pressão iria resultar neste desfecho, que vai prejudicar a Baixa, o Porto, o objectivo de ampliar o tempo de estadia médio etc. Talvez os jovens, esses perfis anónimos de potenciais criminosos, desistam e se volte ao passado e ao ambiente nocturno que por lá se presenciava: prostituição e soleiras a servir de WC. Talvez a oposição fique satisfeita, afinal de que é feita a satisfação da oposição, da derrota do executivo ou do bem geral do Porto?
Há uns meses assisti a uma dessas reuniões de Assembleia em que o assunto da movida ocupou praticamente todo o espaço destinado a intervenções públicas. As intervenções dos munícipes foram ainda assim curtas, quando comparadas com as longas dissertações cabalísticas por parte da oposição, que não aceitou como válidos os contra-argumentos do executivo quanto a questões de emprego, ganho acrescido em turismo, nem sequer os pedidos de tempo para estudo. Acusavam o executivo em funções de maltratar e enxovalhar os residentes daquelas artérias, mas de forma tão contumaz que quase dava para refazer os círculos de Dante, tendo por personagens uma juventude que ninguém reconhecia como sua. Contudo e embora não se chegasse lá facilmente, falavam da mesma juventude, ou parte substancial daquela, a quem se juntam para tentar fazer manifestações.
Esta forma de fazer política não tem crédito, há que mudar os actores, ou antes figurinos. Enquanto não muda, os prejudicados são sempre os mesmos. Falta-lhes ética, ou se calhar não lhes falta na vida privada, mas julgam que não se aplica no bem público, quem sabe não se resolvia com umas exigências de certificação? Enquanto não se resolve, a juventude vai emigrando, que crédito, fé ou respeito podem depositar neste país?
Cristina Santos