De: Cristina Santos - "A «movida»"

Submetido por taf em Domingo, 2012-02-05 22:03

As razões com que fundamento a opinião de que o actual executivo potenciou a “movida” e a animação da Baixa são:

  • O Masterplan em traços gerais antecipava, mais ou menos, aquilo a que se assiste na Baixa hoje.
  • Antes da movida propriamente dita, tiveram lugar vários eventos contínuos e de qualidade, ex. Porto Sounds, da Porto Lazer.
  • Restauro do quarteirão Carlos Alberto.
  • A não resposta imediata e trágica aos apelos da oposição também tem permitido que a movida se mantenha. Atenda-se a posição da oposição. Sessão Extraordinária de 31 de Outubro de 2011, em relação à movida e reclamações de moradores, na zona de armazéns e galerias: «O deputado Artur Ribeiro, da CDU, considerou que a “responsabilidade por isto é só da Câmara”, sustentando que a ” Câmara deve licenciar menos e, sobretudo, limitar os horários” dos estabelecimentos vocacionados para a diversão noturna – que só na Vitória são várias dezenas. “O Bloco de Esquerda também afirmou que, nesta matéria, “a responsabilidade da Câmara Municipal é muito grande”. Fernando Oliveira, pôs-se ao lado dos moradores dizendo que estes têm “preocupações reais e legítimas” que exigem “uma intervenção mais eficaz” por parte da Câmara Municipal. Oliveira também propôs horários de funcionamento: “Os bares deviam funcionar até meia-noite de domingo a quinta-feira e até as 2 nos restantes dias”. O vereador Vladimiro Feliz disse compreender o problema das pessoas” que vivem naquela freguesia portuense”, mas destacou também que a “movida” apresenta “factores positivos para a economia da cidade”. “Ou temos uma visão equilibrada das coisas ou podemos deitar a perder o que já foi conseguido”, argumentou.»

Pelos motivos expostos, considero que a movida existe por conta do desenvolvimento de um projecto objectivo que criou as condições: mercado, iniciativa, condições públicas e segurança. Ainda se mantém, veremos até quando, graças a algum bom senso por parte do executivo, que noutros casos falha. O modelo de negócio privado reverte da inspiração ou experimentação directa em várias capitais europeias, incluindo Lisboa.

Salvaguardo: num país em que o excesso de regulamentação, a má transposição de directivas vincula a iniciativa privada a interesses próprios dos partidos, o argumento de que na cidade do Porto a iniciativa privada é responsável por mudança significativas, seria, a meu ver, um motivo de enorme orgulho e um exemplo para o panorama nacional: mais iniciativa privada, menos Estado, era louvável, quase inédito.

Quanto a ainda faltarem 2 anos, da minha parte o que espero é que o sucessor de Rui Rio o suplante em competência, iniciativa e foco, a ponto de se poder afirmar que Rui Rio foi realmente pouco, e que o Porto está bem servido politicamente.

Cristina Santos