De: Marta Salgueiro Gomes - "A segurança (também 2.0) como um bem fundamental"

Submetido por taf em Sábado, 2012-01-14 21:45

Claro que com as devidas comparações uma autoridade policial com uma arma de fogo visa a defesa da comunidade, mas um sujeito qualquer com uma arma de fogo pode mesmo matar por um momento de raiva, ou mesmo utilizar a arma para assaltar ou roubar algo ou alguém. Se no primeiro caso a arma de fogo é fundamental e é utilizada com a finalidade de defender os interesses da comunidade, na segunda versão a mesma é sem dúvida tudo aquilo que ninguém deseja. Hoje assistimos a um aumento substancial da insegurança real, com a criminalidade violenta a aumentar. A situação económica não perspetiva melhorias e a criminalidade violenta tem vindo a aumentar. São precisas medidas adicionais e o sentimento de segurança tem que imperar, pois a agitação social vai ser uma realidade nos próximo anos.

A par disso vivemos também com outra insegurança... a 2.0.

Hoje vivemos numa sociedade cada vez mais global e na qual as redes sociais conseguem ter um contributo muito importante. Considero pois a Internet 2.0 algo de fabuloso, mas também muito perigosa. Fabulosa porque em cada canto ou esquina agora temos pequenos “informadores”, primeiro porque registam o momento e podem colocar à distância dum click tudo numa rede social. Assim hoje uma sujeito com um telefone na mão, uma ligação à Internet e um registo numa rede social consegue divulgar uma história que por vezes pode estar longe de ser verdade. O cybermobbing começa hoje a fazer-se um pouco por todo o mundo. Na Alemanha uma estudante viu a sua fotografia montada numa cenário pouco abonatório e colocada num website pornográfico com o número de telefone pessoal e a morada correta, na qual fazia menção que era “garota de programa” nos tempos livres. Nada mais falso. Em Portugal a mentira mais viral que tenho memória nos últimos tempos foi a petição que chegou a triplicar os subscritores em 24 horas e obteve 40.439 assinaturas (em pouco dias) onde dizia que os deputados da Assembleia da República, apesar das medidas de austeridade, mantinham os subsídios de férias e de Natal, nada mais falso.

Como conseguir filtrar o bem do mal, quer com as armas de fogo quer a segurança 2.0?

Marta Salgueiro Gomes

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Nota de TAF: Permita-me um breve comentário sobre o assunto. Tal como noutros contextos, na Internet é fundamental atender à credibilidade da fonte, quer em termos técnicos quer em termos sociais. Por exemplo, sabe-se que é fiável um site oficial como www.dre.pt para consultar o Diário da República, mas pode não ser de confiança a suposta transcrição da legislação obtida num site desconhecido. De igual modo, um texto assinado como "TAF" aqui n'A Baixa do Porto" será certamente meu - conhece o blog, saberá eventualmente quem são alguns dos participantes. Mas cuidado: já fui vítima, há uns anos, de uma situação semelhante à que relata, quando os meus dados apareceram algures num local pouco recomendável da rede (e, lá está, sem credibilidade). Nesse caso consegui descobrir quem foi o autor da "façanha" e agi em conformidade.