De: José Ferraz Alves - "A CP admite acabar com o Comboio Histórico no Douro se não encontrar parceiros…"

Submetido por taf em Segunda, 2011-11-28 23:49

O prejuízo terá sido de 60 mil (não milhões de) euros em 2011, com uma taxa de ocupação de 82%. A título de exemplo, o Sud Express e o Lusitânia Express representaram nesse ano 7 milhões (não milhares) de prejuízos. Algumas pequenas notas, públicas, muito simples do contexto do comboio histórico do Douro:

  • O que torna o custo mais elevado é a necessidade de juntar uma composição com bombeiros e pessoal da Refer.
  • A taxa de ocupação tem sido crescente.
  • O terminal de cruzeiros marítimos de Leixões vai potenciar exponencialmente o número de turistas.
  • Na Cantábria, como noutros lugares do mundo, os serviços de cruzeiros ferroviários são altamente rentáveis.
  • Não se contabilizam as externalidades positivas dos serviços públicos, isto é, os efeitos positivos indirectos sobre a economia regional.

Admito que se estiver em causa um patrocínio para estudar o "Fado" ou enviar uma embaixada a viajar pelo mundo fora para o promover (o que é contraditório com o ter sido considerado tesouro da humanidade) já haja dinheiro destas empresas públicas "nacionais" e das EDP's, PT's, Brisas's, Mota Engil's, Optimus's, Vodafones's.

Mas a culpa está muito para além de ser exclusiva do poder central. Há a nível local, na CCDRN e na Estrutura de Missão do Douro, uma passividade e uma submissão a interesses que prejudicam o Norte, julgando que discursos e protocolos resolvem assuntos, ficando sempre por reuniões de gabinete e comunicados à imprensa. A esse nível já revolucionaram o Norte, a exemplo do nosso Presidente da República, que já deve, em discursos, ter resolvido nas últimas semanas o dobro dos problemas que os pobres julgam ter.

Para além de uma falta de acção e de criatividade gritantes, outro dos problemas é a tradicional "cultura do caldo verde" das pessoas do Norte e o esquecimento que a oferta é que cria a procura. Quando está em causa fechar, deveria estar o alargar, investir, expandir. Neste caso até Salamanca, como no caso do Tua até Sanábria, no Minho até Vigo e de Amarante à euro-cidade Chaves-Verin. E todas elas ligadas pelo ramal de Leixões até ao terminal de cruzeiros. Enquanto nos EUA Barack Obama lança um primeiro plano ferroviário nacional depois do das auto-estradas da década de 60, nós fazemos o contrário.

José Ferraz Alves
Secretário Geral Movimento Partido do Norte

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Nota de TAF: Sobre este assunto, tinha há umas horas comentado no Twitter - "Não dá para perceber: a CP diz que comboio histórico do Douro dá prejuízo, mas tem taxa de ocupação de 82%. Aumentar bilhetes, não?"