De: Francisco Oliveira - "Diminuição da população da cidade do Porto"
Vivo na nossa cidade há 59 anos. Residi na Praça da República, na Rua da Torrinha, na Rua do Almada (dois locais), Rua da Conceição, Rua Alferes Malheiro, depois um pequeno intervalo em Gouveia (Serra da Estrela) e agora na Rua Honório de Lima. Trabalhei na já desfeita EFANOR (antes do Engº. Belmiro por lá ter passado) e com isto quero dizer que conheço bem tudo o que foi acontecendo com o nosso Porto e não só com a baixa.
E deste conhecimento retiro o seguinte: as zonas industriais estão todas fora da cidade, os centros comerciais também, os Bancos expulsaram os cafés para a periferia e agora encerram dependências no centro e não só. Portanto, tanto importa juntar freguesias e concelhos como não. Tudo continuará no sítio em que está hoje ou, a mudar, será ainda mais para a periferia (a Exponor já vai para a Feira e o Nassica já está perto de Vila do Conde). Nada a fazer? Não, claro, há muito para fazer. O Porto será uma zona residencial, como o será a Gaia do rio e do mar. Mas será uma tarefa para décadas.
Se se der uma volta pela cidade veremos que não é só a baixa que está desertificada. Corramos Costa Cabral, S. Roque da Lameira, Amial, etc. e todas as suas transversais e veremos tanta casa velha e abandonada. Foi o resultado da suicida política do arrendamento. Concretamente, para mim, só teremos que apoiar quem queira, mesmo a partir do Governo e com a mesma dureza com que nos cobram impostos, impor a "obrigação" de aproveitar o que está construído. Com as câmaras municipais não poderemos contar muito porque concelho que tenha poucos habitantes e pouca indústria não terá onde colher receitas.
Saudações portuenses de
Francisco Oliveira