De: Pedro Figueiredo - "Evitar a fantochada ambientalista"
Concordo com Daniel Rodrigues quando fala na necessidade de evitar a possível fantochada ambientalista no que toca à futura exploração mineira de Torre de Moncorvo. Inúmeros exemplos de fantochada ambiental ligados à industria pesada e a um certo “desenvolvimentismo” têm destruído o planeta, explorado intensivamente mão-de-obra local a preços baixos e, no final dos respectivos mandatos quando da mudança de um paradigma económico para o paradigma económico seguinte, … têm contribuído para a desertificação da paisagem e emigração das pessoas…
A empresa australiana “já” reconheceu ela própria os “riscos ambientais” subjacentes ao seu projecto… Mas não temos já no mundo exemplos suficientes de “má economia”, desde o Capitalismo de estado Soviético, Chinês, as barragens de Sócrates (e deste governo cúmplice com estas), até ao Capitalismo “privado” que por todo o lado tem condenado tudo e todos? Não troquemos a economia pelas finanças… E depois não troquemos o ambiente pela economia… Tem de ser possível termos um país equilibrado e racional, com tudo em simultâneo. Com finanças, economia, meio ambiente… depois da experiência de 200 anos de Indústria podemos “queimar etapas” e superar todos os erros… É que ainda por cima a crise económica ofusca os cérebros e faz esquecer a crise ambiental… Resolvamos ambas ao mesmo tempo, pois que uma depende da outra, com certeza… Os “fantoches” ambientalistas dão soluções: plano nacional de poupança evitaria o plano nacional de barragens… e a reciclagem de metais evitaria a exploração de mais entranhas da terra, digo eu… “Ser patriota não é estar de joelhos” disse Januário Torgal Ferreira esta semana.
Estas fotos (em PDF) são de uma visita que tive a sorte de poder fazer a um dos locais mais surreais de Portugal: o que resta das Minas de S. Domingos, lugar da “achada do gamo”. É um vasto território destruído, arruinado, não mais fértil, de uma paisagem lunar colorida de inúmeros venenos e restos de minério, resultado da intensa exploração por multinacionais Inglesas e Espanholas dos nossos recursos do subsolo do Alentejo: lagos de enxofre. Poças de chumbo, ar venenoso – disseram-me que é aconselhável uma hora de permanência no local, no máximo, e não em dias de calor como foi o caso… As casas operárias lá perto têm 16 m2, tal como as casas de ilha (casas 4x4)… Vale a pena ir lá e verificar a “experiência do lugar”: que não seja o espelho de Moncorvo daqui a 10 anos quando os australianos arrumarem a sua fantochada ambiental debaixo do braço e zarparem para outra aventura noutro país do 3º mundo.