De: Alexandre Burmester - "A propósito da notícia do «Corte colossal»"
Existem muitas formas de fazer um corte nas despesas e muitas passam pelos inúmeros exemplos que se ouvem todos os dias, dos “Especialistas” que assolam os meios de comunicação e que por lá deixam o seu contributo. A atitude dos deputados Suecos devia ser uma obrigatoriedade para os nossos “bichos políticos”. Não se trata apenas de tirar os carros, mas antes de retirar uma porção de regalias e de regabofes de que usufruem. Entenda-se que não são apenas os políticos, mas principalmente aqueles que da política já tiveram a felicidade e o objectivo cumprido de transitar para as empresas públicas. Empresas estas geridas por “boys” que de gestão não percebem nada e daí também o motivo do seu estado económico. “Cortar” devia antes de tudo ser isso, ao invés de estar sempre a ir buscar dinheiro a quem não tem, comprometendo as pessoas, as empresas, os investidores e principalmente as próprias receitas do Estado. Mas como não percebo nada disto e não sou mais um “Especialista”, limitar-me-ei ao que entendo.
E sobre os cortes gostaria de explicar que alguns deles passam pela atitude que está inerente no seu próprio desenho. Farto-me de criticar, aqui e noutros sítios, que hoje em dia os “desenhadores” das cidades são principalmente essa categoria de profissionais que se intitulam de Engenheiros de Vias e de Comunicações. Podem perceber de taludes, raios de curvatura, declives e bermas, mas nada percebem de racionalidade e muito menos do que compõe uma cidade. Projectam e constroem vias rodoviárias dentro da cidade e esquecem-se com regularidade que a cidade não deveria ter vias mas sim ruas. O desenho do trânsito nas nossas cidades é um belo exemplo de que a distância mínima entre dois pontos é uma sucessão de curvas e contracurvas, sinais luminosos sem sentido, ruas seguidas com o mesmo sentido e um sem número de devaneios rodoviários que nos obrigam a gastar mais tempo e mais gasolina. Como se não bastasse o espírito rodoviário, desenha-se com uma mentalidade de rico onde a funcionalidade e simplicidade anda longe. Como não tenho tempo para estar a exemplificar as inúmeras situações urbanas que por aí grassam, acrescento aqui alguns exemplos dos famosos nós rodoviários, que antigamente eram trevos e que hoje, à pala destas engenharias à solta, são verdadeiros nós de marinheiro: