De: Pulido Valente - "Av. Montevideu"
Quanto ao caso da Av. de Montevideu tenho mais a dizer. Existiam três moradias: uma das quais foi demolida tinha frente para a avenida; uma com duas frentes para a Av. de Montevideu e rua de Gondarém, e outra com frente para Gondarém que está lá não sei em que estado provavelmente porque não pode ser demolida por estar "protegida". É que a zona está no PDM protegida por uma daquelas coisas que eles escrevem que acabam por dar para fazer o que querem. Daí que iludiram a protecção com o argumento que afinal a protecção era só para a frente marítima e portanto se podia fazer um prédio de rés e três, que acabaram por ser quatro!, na rua de Gondarém.
Aqui surge a dúvida: como é possível ser só a área da avenida a protegida e uma das moradias com frente para a avenida ter sido demolida? E se só era essa a área protegida porquê não ter sido demolida a que está ainda de pé na Rua de Gondarém obtendo mais frente para o prédio? Há um parecer do IGESPAR, já com a Paula Silva, a dar luz verde às construções, que omite o parecer do técnico Miguel Rodrigues que propõe a recusa do projecto por não respeitar a lei. Só que depois desse parecer que se fundamenta nos preceitos legais não cumpridos, veio um desenho que foi considerado dar satisfação às objecções do parecer negativo embora mantivesse tudo, no fundamental, na mesma (e se calhar foi aí que apareceu o andar a mais) e, assim, ultrapassando o parecer negativo anterior, se pôde, como de costume, dar a volta à lei e dar parecer favorável utilizando o expediente de todos os dias. Isto é: fingir que se aprova um projecto porque respeita a lei sabendo que não respeita. É dolo!!! E a CMP toda lampeira aprova e dá a licença. Como se vê quem dá as licenças são os papéis cozinhados e não pareceres técnicos que salvaguardam o interesse da cidade, dos cidadãos e da cultura.
Não sei ainda como foi possível passar de três lotes de moradias para três lotes sendo que um é da moradia a "restaurar" (veja-se a fotografia e imagine-se o que é para a CMP um restauro), outro o da moradia ainda de pé na Rua de Gondarém, e o terceiro o lote do edifício construído na Rua de Gondarém. Provavelmente dividiu-se o lote da moradia da fotografia em dois. Será? Pode-se depredar a área de uma moradia em zona protegida ao ponto de aí construir um edifício grandinho? Qual é a politica do IGESPAR nestes casos?
As imagens do Google não são muito claras: embora deixem ver as duas moradias já em ruínas da avenida não se percebe o que se passa com a da Rua de Gondarém que parece não existir. Em todo o caso é mais um dos assassinatos na zona a juntar ao que o Alexandre aqui trouxe, ali bem perto.