De: Augusto Küttner de Magalhães - "Serralves adere às novas tecnologias"
Sendo Serralves um espaço de referência, não só no Porto, não só no Norte, mas em todo o País, e já bem conhecido “lá fora” uma vez que “cá dentro” também sabemos estar e fazer ao nível dos melhores, aderiu recentemente às novas tecnologias de informação/comunicação. Hoje já nos é possível visitar uma exposição, com todas as explicações ao detalhe, feitas num tablet, com a voz e imagem do Director do Museu de Serralves João Fernandes. Sem de modo algum pensar-se que a imagem do guia é desnecessária, também temos de a assumir como sendo orientador de um grupo, logo, querendo estar, visitar, ver Serralves individualmente ou não em grupo, nada como o apoio das novas tecnologias.
O tablet é disponibilizado por Serralves, evidentemente havendo medidas necessárias de segurança, desde identificação e assinatura de um termo de identificação e responsabilização – é útil e necessário sentirmos e sabermos que somos responsáveis pelos nossos actos, e sendo-o nada temos a obstar que tal fique escrito na recepção até à entrega do aparelho por um elemento da segurança. Estando a ser dados os primeiros passos, nota-se em todos os cuidados mais que necessários, o que é bom sinal e até uma forte aderência dos próprios intervenientes, que independentemente de ser esta, também, a sua função, o fazem, percebendo-se como parte do ser e estar num espaço como Serralves e para mais ficarem aptos a ajudar a implantar esta necessária modernidade. Evoluir e acompanhar o progresso, não esquecendo o passado, e até aprendendo com o que no mesmo se passou, até na Arte, é cada vez mais necessário. Mas, vivendo hoje, voltados para o amanhã. E a História além do saber que nos traz, pode – deveria – fazer-nos evitar erros já feitos, dado que com versões actuais, tudo se repete. Basta vivermos o momento, e folhearmos o passado recente, até a Alemanha há 70 anos com Hitler a querer dominar pela força das armas a Europa, hoje sem Hitler a Alemanha volta a fazê-lo de outra forma. Seria de esperar!
Os detalhes da apresentação e da informação que nos vão sendo prestados são muito interessantes, e perante cada obra, sabemos a história da mesma, quer lendo no tablet, quer ouvindo João Fernandes, quer olhando a obra na nossa frente. De momento ainda só está acessível em português, claro, a primeira língua, e sem falsos nacionalismos terá de ser sempre a primeira, mas por certo numa fase subsequente estará também em inglês para ser fácil a todos entender. Talvez também noutra língua, não sabemos!
A exposição em causa é Off The Wall – Fora da Parede e, conforme nos é explicado no tablet pelo Director do Museu, é uma versão actualizada do que foi apresentado m 2010 no Whitney Museum of American Art, com um acréscimo de novas peças, algumas que fazem parte da Colecção de Arte de Serralves. A arte salta do muro dado que interage connosco.
Voltando à nova tecnologia, estão de parabéns a Directora Geral da Fundação de Serralves, Odete Patrício, o Director do Museu João Fernandes, e todos os envolvidos nesta nova forma de estarmos actualizados, e claro o Presidente da Fundação de Serralves, Luís Braga da Cruz. E, mesmo em crise, ou até ainda mais por estarmos em crise, a Arte, a História, os Conhecimentos, devem mais ter de ser valorizados, resguardados e captados. Poupanças, ainda haverá onde muito fazer, mas a Educação, a Instrução, o Conhecimento, só nos farão ajudar a sair da crise, e nunca o inverso.