De: TAF - "A propósito da fusão de freguesias"
«Quanto aos interessantes argumentos dos nossos políticos, talvez fosse altura de testar a sua coerência. Estou de acordo com Renato Sampaio, quando admite "a necessidade de se reorganizar o país". Estou de acordo com Agostinho Branquinho, que considera a medida positiva "tendo em linha de conta a dimensão territorial, o número de pessoas e a similitude dos problemas que se colocam". Estou de acordo com Castello-Branco, quando invoca que as autarquias em causa são "geograficamente pegadas, com uma dimensão muito pequena e problemas muito comuns". Estou de acordo com Teixeira Lopes, em que a fusão vai "facilitar a actuação dos planos de ordenamento" e com o seu aviso de que o projecto vai ser alvo de "resistências paroquianas e bairristas". Já repararam que todos estes excelentes argumentos serviriam na perfeição para defender e promover a fusão de Porto, Gaia e Matosinhos?»
Rui Moreira, hoje no Público.
Rui Moreira tem razão mas, já agora, o contrário também é verdade: se fossem suficientemente fortes os argumentos de falta de poderes adequados e de perda de sensibilidade para os detalhes no caso da fusão de freguesias, o mesmo se poderia aplicar à fusão de municípios. Mas é preciso começar a mudança por algum lado, sem estarmos à espera de que se reunam todas as condições ideais. Um bom presidente de Junta ou de Câmara não se atrapalha com a dimensão da área que gere.