De: Daniel Rodrigues - "Outra vez"
- Europa pressiona Portugal a avançar com TGV para Madrid
Antes que o Norte em geral, e o Porto em particular, se deixem mais uma vez ficar na carruagem de trás, era bom que se coordenasse para, em troco do avanço do TGV Lisboa Madrid, que parece inevitável com os fortíssimos lobbies que rodeiam esta empreitada, se apresentassem exigências simples mas eficazes e que tivessem um contributo significativo para a região:
- 1. 900 metros de ligação da Linha de Leixões ao aeroporto.
- 2. 1km de ramal na Pampilhosa para ligação directa à Linha da Beira sem necessidade de marcha-atrás (as mercadorias de comboio vão acabar por ir por Vilar de Formoso, esqueçam Douro-Salamanca, ou mesmo Vigo).
- 3. 10 km de execução da ligação Amarante à Linha do Douro.
- 4. Anel ferroviário com Guimarães - Vizela - Santo Tirso - Famalicão - Braga: 1 km de ramal em Lousado-Ancide
- 5. Canal ferroviário directo Braga-Guimarães (posterior extensão a Felgueiras e Amarante)
- 6. Construção do canal do Vouga: bitola compatível com a restante rede: electrificação, duplicação do canal, corte de curvas. (Posterior ligação a Viseu e Linha da Beira)
A meu ver, a Linha do Tua tem sido uma distracção, no capítulo ferroviário: é interessante, é bucólica, mas se queremos tornar a economia nortenha mais eficiente, o essencial é ter canais ferroviários que sirvam efectivamente a população. Acima estão soluções simples, exequíveis, e que não custarão exageradamente. Estamos a falar de ~15 km de novas linhas que podem ter um impacto significativo sobre uma quantidade significativa de população. E não devemos ter receio de dizer que é moeda de troca pelo TGV e ser acusados de provincianismo: é necessário dizer vezes sem conta que num círculo de 60 km do Porto mora mais gente que num círculo de 60 km ao redor de Lisboa. Dados do INE. Para os Lisboetas perceberem, significa um raio que inclui Torres Vedras e Setúbal. Para que tenham noção das proporções.
Podem ainda referir que todas as obras referidas não beneficiam directamente a população do Porto, mas sim a região. Embora usando o peso de ser a "segunda" cidade do país, não temos um Porto centralista: Minho, Ave e Vouga têm características e capitais (Braga, Guimarães, Aveiro) próprias, e é disso que se trata: melhorar a condição de vida de tanta gente como a que existe em Lisboa com obras simples. E mesmo que, posteriormente, tenham de ser refeitas para mudar a bitola, ou permitir a passagem do TGV, há que recordar que houve um investimento de 380 Milhões no aeroporto da Portela, que tinha um horizonte temporal de 10 anos. Podem certamente gastar 100 milhões com as obras acima referidas para o mesmo horizonte temporal.
Cumprimentos,
Daniel Rodrigues