De: Pedro Figueiredo - "Mudam-se os tempos, mudam-se as barragens"
1 - Arquitectos e engenheiros trabalharam em conjunto entre 1952 e 1964 na construção de 3 magníficos empreendimentos hidroeléctricos realizados no Alto Douro. São os empreendimentos de Picote, Miranda e Bemposta, realizados com projecto de arquitectos como João Archer, Nunes de Almeida e Rogério Ramos para a Hidroeléctrica do Alto Douro. Outros tempos, outras barragens. Tempos de crescimento económico, tempos de crença neste tipo de progresso sem lhe saber ainda os males e contratempos. Tempos de colonização desta espécie de Far-Nordeste altoduriense selvagem, segundo os cânones do modernismo, do grande empreendimento de Estado, de opções racionais de projecto. Tempos em que o crescimento hidroeléctrico se fez à parte das culturas indígenas, como hoje, que não participaram nem viram mais rendimento ou alteração do seu paradigma. O seu território foi primeiro colonizado e posteriormente abandonado após o fim da obra, para (quase) nunca mais ninguém lhes ligar, tal qual no far-west as minas de ouro se abandonam sem piedade e repentinamente quando deixam de “dar”. As populações continuaram a emigrar após estas barragens.
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