De: TAF - "Animação na Ribeira"
No final do concerto de ontem
... e durante
---
Caro João
Conseguiu extrair inúmeras conclusões de uma simples afirmação minha... Ela tinha como único objectivo evitar que algum leitor menos atento às notícias pudesse ser induzido em erro. Trata-se de um facto: o novo imposto não se destina apenas aos trabalhadores dependentes, mas antes a todos os contribuintes. Alguns contribuintes serão afectados e terão de pagar, outros não. Infelizmente, por ganhar muito pouco, parte significativa da população não terá de pagar. Não pretendi expor nenhuma opinião sobre a justiça fiscal nem sobre a eficácia dos seus mecanismos de controlo.
Não partilho da visão fatalista de que os eleitores são irremediavelmente mentecaptos. Frequentemente se enganam, votam por razões erradas nas pessoas erradas (ou até nas pessoas certas), mas nem sempre isso acontece. Esforço-me para evitar que aconteça e daí a minha "cruzada", como lhe chama. De facto a primeira parte da "cruzada" teve sucesso também com a minha modesta contribuição. A segunda parte da "cruzada" (tirar o país da bancarrota e torná-lo um lugar saudável) é até relativamente simples comparada com a primeira. ;-) :-)
Também não partilho do sebastianismo tão comum nos portugueses. Nesse sentido não sou apoiante de Pedro Passos Coelho; sou alguém que participa com ele num projecto comum. Quando decidi em 2007 inscrever-me no PSD, ainda nem sequer colocava a questão de PPC vir a ser o líder do PSD. Mais tarde simpatizei com a sua postura, ajudei com muitos outros a construir uma proposta positiva, e fiquei convencido de que tinha o perfil adequado para ser Primeiro-Ministro. Até agora não me desiludiu, pelo contrário. Não me iludo: PPC não é perfeito, não é infalível. Por isso é tão importante existir participação alargada na actividade política, por isso é fundamental transparência e debate público. Contudo, estou firmemente convicto (é assim que interpreto a realidade que observo) de que a diferença em relação ao Governo anterior é radical: pode haver mudança de opinião, pode haver precipitação ou avaliações erradas, mas não há uma prática sistemática de mentira e de ocultação de dados. E isso é outra qualidade de vida e de Política.
É também por tudo isto que não aposto no Partido do Norte, nem acho que falta um grande partido político no Norte, como se queixa Pinto da Costa. Os partidos são o reflexo das pessoas, por muito que possa por vezes custar. O mal não está nos partidos nem no "sistema", está nas pessoas que os mantêm assim. Mudemos então as pessoas e, através do exemplo que cada um de nós der, essa tarefa nem será assim tão difícil.