De: João C. Costa - "Todos? Não!"
Agora que Pedro Passos Coelho já é primeiro ministro e chegou ao fim a primeira parte da cruzada que o Tiago iniciou quando integrou os militantes do Partido Social Democrata, a propósito da sua nota de roda pé no post de António Alves, parece-me que chegou altura de escrever alguma coisa. Em primeiro lugar e conforme é costume fazer um amigo do meu pai no "Contraditório" da Antena 1, o Carlos Magno, deixe-me fazer uma manifestação de intenções: não tenho qualquer filiação partidária e sempre trabalhei em empresas multinacionais e portanto nunca houve "jobs" para "boys" como eu. Tenho uma licenciatura em Engenharia e não faço a mínima ideia se a data do diploma calha num domingo, mas gostava de saber se alguém verificou a data do seu. As duas notas que a sua nota (passe a redundância) me sugere são estas:
Não Tiago, não é verdade que o imposto é para todos os contribuintes. O imposto é apenas para os contribuintes que pagam e começamos mal quando acredita que todos pagam. Este assunto já foi aflorado várias vezes na televisão embora ao de leve e aqui não lhe poderei dar detalhes sobre isso e muito menos como fazer. Mas segundo as contas oficiais, há 25% de contribuintes que legalmente, repito, legalmente não pagam, maioritariamente empresas com o stock sediado noutros países da União Europeia por exemplo. E não estou a falar dos desgraçados do salário mínimo, que coitados, também só lhes faltava mais essa, contribuir com o seu subsídio de Natal.
E a segunda é, porque é que "quem feio ama, bonito lhe parece"? Porque é que o dito por não dito de PPC é diferente do de Sócrates depois de pedir a auditoria do défice ao Banco de Portugal? "Os eleitores pensam que pensam, mas o que eles realmente fazem é inventar ou ignorar factos para que possam racionalizar as decisões que já tomaram" (Larry Bartles, investigador de Ciência Política da Univ. Princeton). Não precisa de responder, mas aconselho a leitura deste artigo, porque a sua leitura pode explicar-lhe por exemplo porque é que primeiro escolhemos o carro que podemos comprar e depois arranjamos as justificações para ter escolhido aquele. É verdade, serve para tudo. É próprio da natureza humana, mas quando temos consciência que é assim, podemos ponderar e contrariar. O título é um pouco violento mas pode ser lido aqui. Boa leitura.
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Nota de TAF: este tema sai do âmbito d'A Baixa do Porto, mas é fim de semana... :-) Responderei mais tarde.