De: Augusto Küttner de Magalhães - "S. João e Regata"
- A Transmissão do S. João - no Porto - pela RTP
O S. João como festa espontânea no Porto, e em outras cidades e vilas do Norte, prima pela sua naturalidade, pelo "ajuntamento" no bom sentido de muitas pessoas e ainda mais pessoas, velhos e jovens, que andam em grupos maiores ou menores pelo Porto, que vão do Centro à Foz, que se cruzam, sorriem, descontraem-se, vêem o fogo de artifício junto à Ponte D. Luís, e olham para as cantilenas que vão acontecendo nos mais diversos palcos montados para o efeito em vários locais. Mas não param, querem estar a circular, sempre. Trata-se de um momento de festa em movimento, e convém voltar a referir a naturalidade, e até será o único momento em que não é necessária organização, basta andar e estar. Noutras situações do nosso dia a dia, teremos - dado que não temos/estamos - de ser muito mais organizados, com o devido planeamento e programação, com pontualidade, com eficácia, sem desenrascanço, com verdadeiro profissionalismo. Não é, nem deve ser, o caso da noitada de S. João, se passar a ser morre... Cada coisa a seu tempo e no seu lugar! A RTP transmitiu em directo as Festas de S. João e ficou-se em directo demasiado tempo, focada num palco onde aconteciam umas cantilenas - não se discutem, por nunca dever ser feito, o gosto ou não por estas músicas, o gosto cada um tem e deve ter o seu -, mas talvez com mais poupança de meios e com menos gente fosse suficiente andar pelo meio de todos e com todos, seria mais simples, mais real, talvez melhor... talvez mais S. João no Porto... ou talvez não!
- Regata dos Barcos Rabelo Vinho do Porto Junho 2011
Apesar de não ser uma prova desportiva e muito menos um acontecimento "à procura" de obter um Grande Prémio, a Regata dos Barcos Rabelo Vinho do Porto, que se realiza todos os anos, organizada pela respectiva Confraria em Junho - em data próxima ou coincidente com o S. João - entre a Foz do Douro e o Cais de Gaia, deveria ser muito mais publicitada do que vem vindo a ser. Para além da própria Confraria do Vinho do Porto, as Câmaras dos dois lados e todas as Casas do Vinho do Douro e Porto deveriam ter feito dar mais a conhecer a data e o acontecimento, para atrair muitos mais turistas internos e externos, e para não ficar limitada a quem conheceu ou conhece o meio, como vem a acontecer e aconteceu mais um ano. Trata-se de uma ocasião para se tentar imaginar o tremendo sacrifício que homens foram fazendo quando transportavam o vinho do Douro/Porto rio abaixo, com muitas dificuldades, chegaram muitos a morrer, para vir da produção ao armazenamento e depois venda. Actualmente o transporte é feito por camiões, em cisternas ou em pipas, mas esta tradição deveria ser mais bem exibida a todos e por todos, e aqui uma vez mais se nota o fechamento de todos sobre si mesmos, onde pequenos "quintais" culturais e não só se inclinam sobre si próprios, e numa altura de crise não se querem unir, sem perder as suas individualidades próprias, em torno de causas que fazem progredir o País, é mau... Mais um fim de tarde passado junto ao rio Douro - um dia formidável de Verão, o sol ainda vai nascendo para quase todos, e ainda de graça - a ver passar os Rabelos e nem interessa quem chegou primeiro, mas antes e sempre o acontecimento em si. Quatro rabelos partiram os mastros, talvez por falta de uso... que o vento não era assim tão forte.
A experiência é curiosa, tanto vivida no barco, como fora, algo que já fiz das duas formas, por várias vezes. Espera-se que dentro de um ano haja mais, e que todos desde Câmaras - ou uma única "unificada" - de ambos os lados da Foz! - e todos os que pugnam por um desenvolvimentos sustentado do País ajudem a mais divulgar. Foi um bom momento. No fim por um mau acaso, por uma mera coincidência. foi possível ver chegar um helicóptero do INEM a trazer um doente, sabe-se lá de onde, talvez mais um acidente de automóvel pelas nossas estradas, que depois foi levado por uma ambulância também do INEM, isto no Cais de Massarelos, onde estacionam os helicópteros para este efeito e os doentes que, em aflição, vão para o Hospital de St. António. Num mesmo momento uma recordação de um passado em barcos rabelo e em simultâneo a rapidez, a eficácia, o bom desempenho de todos os que se empenham na ajuda e transporte de doente - em urgência, em perigo de vida - por parte do INEM. Espera-se que tudo assim continue, e no caso do INEM, que nada seja prejudicado, que os cortes na Saúde sejam feitos nas gorduras, no supérfluo, em algumas possíveis mordomias, e nunca no essencial.
Augusto Küttner de Magalhães