De: Paulo Pereira - "Este Partido do Norte"
Sr. Pedro Figueiredo, na qualidade de membro do Movimento Partido do Norte vou tentar explicar mais uma vez as razões deste Partido do Norte:
1- Já existem 16 partidos de âmbito nacional que cobrem um vastíssimo espectro político, económico e social. Não nos parece fazer sentido nem viável criar mais um. No entanto esses partidos têm sido incapazes de impedir a enorme discriminação do Norte no acesso aos dinheiros públicos, o que nos levou a concluir da necessidade de um partido de base regional no Norte, porque somos do Norte. Nada contra e tudo a favor por partidos do Centro ou do Sul, ou do Algarve. Durante décadas os deputados eleitos nos distrito do Norte não se têm levantado a defender esta região, a única que regrediu nos últimos 10 anos, mas também a única que tem uma balança comercial positiva!
2- Praticamente todos os Estados do mundo desenvolvido são regionalizados, autonomizados ou federados, mas Portugal teima na estupidez centralista terceiro-mundista que nos tem levado ao subdesenvolvimento e à ruína financeira. A constituição portuguesa prevê as regiões desde há décadas, no entanto os 16 partidos actuais têm sido incapazes de implementar o que está na constituição há décadas. Falar em balcanização ou separatismo é uma tontice, até porque é no Norte que a nacionalidade portuguesa tem origem e onde o patriotismo atinge uma grande expressão na generalidade da população, incluindo nos membros do Movimento Partido do Norte. Alias, o Partido do Norte só fez sentido aparecer devido à quebra da solidariedade da capital para com o Norte.
3- Apesar de ter base regional, o Partido do Norte quer ter e apresentou já Linhas Programáticas e um manifesto eleitoral com propostas de âmbito nacional. Algumas destas propostas que já têm um ano foram ridicularizadas nessa altura mas agora já são “normais”: redução do tamanho do governo e do topo da estrutura central do Estado para metade, concentração dos incentivos no apoio às empresas exportadoras, combate ao despovoamento do interior e aposta na revitalização da agricultura e no transporte ferroviário, entre outras medidas. No âmbito da saúde e da educação propomos o alargamento da ADSE a todos os contribuintes, mantendo o mesmo custo que o Serviço Nacional de Saúde, e o alargamento do numero de escolas com contrato de associação com o mesmo custo das escolas públicas, de forma a promover a concorrência entre o Estado e os privados no domínio da saúde e da educação universais e gratuitas. Estas duas propostas são ainda consideradas ridículas, mas provavelmente passarão a normais dentro de poucos meses.
4- Não queremos misturar nas questões estruturais regionais, questões de âmbito municipal como é a discussão sobre o papel do Porto, porque o Norte tem 86 municípios, todos diferentes e com questões próprias de cada um. Sobre as áreas metropolitanas, consideramos que qualquer alteração à lei actual só deverá ser feita após a instituição das regiões político-administrativas, sob pena de aumentarem as desigualdades e injustiças entre a AML e AMP e o resto do país. Pelo contrário, defendemos que as Associações de Municípios deverão ter estruturas semelhantes às Áreas Metropolitanas, de forma que sejam um foco descentralizado capaz de promover o desenvolvimento por toda a região Norte.