De: Rui Valente - "Respeitinho senhores, em democracia as maiorias são sempre relativas"
Segundo o senhor Paulo Espinha, a via do Movimento Pró Partido do Norte nunca devia ter ido a votos. Este cidadão veio fazer-nos o favor de dissipar dúvidas acerca dos parcos recursos financeiros das novas formações políticas para competirem com aqueles que os conseguem à custa de compromissos obscuros com a chamada "sociedade civil" e de muita promiscuidade. Para Paulo Espinha, o Partido do Norte é uma espécie de intruso que se atreveu a partilhar as eleições com uma elite política "comprovadamente credível" e lugar cativo no establishment...
Em alternativa ao muito badalado, mas imaginário, casamento entre esquerda e direita, propõem-nos o deserto, ou [talvez] a continuidade no Poder daqueles que, para governar, usaram durante 37 anos mais vezes a demagogia que o MRPP ou o Bloco de Esquerda juntos. A solução, presumo, estará nos discursos ocos e requentados do Presidente da República, ou numa eventual réplica menos hard-core do José Sócrates. É verdade que a roda da política cada vez se confunde mais com a dos alimentos mas, ainda assim, há algumas diferenças. Com o micro-ondas ainda é possível comer feijão requentado, repetir a gracinha com os partidos políticos é que já me parece pouco inteligente e nada inovador.
Rui Valente