De: JA Rio Fernandes - "PROCOM, URBCOM e Rua das Flores: parece que ainda não é desta!"

Submetido por taf em Domingo, 2006-08-13 23:52

A falta da assinatura da Dª Laura Rodrigues inviabilizou o financiamento pelo PROCOM das obras da Porto2001 previstas na Rua das Flores e que já estavam previstas num primeiro projecto PROCOM com Fernando Gomes a Presidente da Câmara, em 1999. Lembram-se em 2001 e poucos meses antes das eleições que elegeram Rui Rio, da “guerra” que a Dª Laura travou pelo estacionamento e contra o alargamento dos passeios na Baixa, impedindo a chegado do avultado financiamento previsto pelo PROCOM para espaço público, animação e promoção da Baixa e beneficiação dos estabelecimentos?

Agora, com a designação de URBCOM e com menos dinheiro e bem menos comerciantes interessados em melhorar os seus estabelecimentos, parece que há 4.5M para umas obras nas ruas. É menos? Claro. Menos são também agora os comerciantes optimistas! Mas ainda dá para fazer “umas flores”. Salvo seja que flores é coisa fora de moda!

Na lista das ruas, alguém terá entendido não incluir a Rua das Flores (pelo que vem nos jornais). Terá sido Álvaro Braga Júnior que foi o gestor escolhido para o projecto de urbanismo comercial!? Por certo que não. A SRU que intervém em toda a área central? Não sei, só li que será o GOP a tratar de tudo. Quem e como escolheu não sei. Mas sei que o estudo global que foi feito, apresentado e aprovado em 2001 não identificava como prioritária a intervenção na Rua de Ceuta, na Praça Filipa de Lencastre (à volta da entrada do túnel?), na Rua do Ateneu Comercial (terá 3 ou 4 estabelecimentos?). Porque, convém lembrar, é dum projecto para o comércio e restauração que se trata, com o dinheiro a vir do Ministério da Economia. Bem sei, também estão no grupo duas importantes artérias comerciais da Baixa, Santa Catarina e Passos Manuel, mas lamento que isso não me tranquilize, porque conhecendo o Presidente de Câmara que temos, tenho razões para pensar que o maior objectivo possa ser o de retirar o calcário e basalto dos passeio e acinzentar um pouco mais a cidade: já viram com está sujo o “granito claro” dos Aliados? E ainda outro dia foi inaugurado... Sobrou ao menos o cavalo de D. Pedro, de costas para as asneiras e para quem as mandou fazer.

Do que vem nos jornais, como disse, não consta que a Rua das Flores faça parte da lista. Será lapso dos jornalistas? Espero bem que sim. Mas temo que não!

Não, não moro lá, nem tenho lá loja, ou quaisquer interesses particulares meus ou de amigo. Acontece que, como geógrafo e cidadão interessado na cidade, entendo de há muito que a Rua das Flores é não só uma das mais elegantes e emblemáticas artérias da cidade, a primeira ter casas brasonadas e a acolher diversas instituições da maior relevância (Misericórdia, Casa da Companhia,….), como estabelece uma agradável e muitíssimo interessante ligação entre a cota baixa (a Ribeira) e a cota alta (a Baixa) que devia ser fortemente potenciada para o percurso a pé, para os turistas e todos os outros. De resto, esta beneficiação, poderia também – e deveria, digo e dizem muito que sabem mais de transportes do que eu – permitir a inserção do eléctrico (do Infante a S. Bento) de preferência na descida, depois de subir por Mouzinho. Continuarão os cubos gastos, os passeios estragados e a profusão de sinais e carros parados a esconder o encanto e as possibilidades das Flores por muito mais tempo?

Não. Por certo alguém se lembrará um dia da bela Santa Catarina das Froles, de seu nome original, mandada abrir por D. Manuel há quase cinco séculos!

Rio Fernandes