De: Augusto Küttner de Magalhães - "Acção Nevogilde"
Conheço há muitos, muitos anos a Rua Marechal Saldanha, e fui-me convencendo que nunca seria uma rua para "classes privilegiadas" - conheci bastantes, nem privilegiados, nem ricos que lá moraram - e que ficaria um espaço de moradias que não exagerassem em altura. Mas de repente, com a loucura de construir, construir, construir, em pouco terreno e em muita altura, aquela rua ficou um desatino. Parece que estamos a passar por um túnel, com aquelas bonitas árvores - esperemos que ninguém se lembre de as deitar abaixo - tudo é possível, por cá - MAS com prédios enormes por todo o lado, e gravemente a partir do cruzamento com a Rua do Molhe em direcção ao Castelo do Queijo - essencialmente até à Rua do Funchal. E um espaço agradável tornou-se num lugar estreito quase irrespirável.
Pelo que, feito "isto" podemos imaginar que tudo possa vir a acontecer, e como não há dinheiro para mais construir, pior - ainda - não vai ficar. Melhor, também não, dado que também não há dinheiro para deitar abaixo o que nunca deveria ter ido para cima... e não só dinheiro... ao que vamos lendo! Logo será mais um daqueles exemplos do que não devia ter sido feito na Rua Marechal Saldanha e para o qual, no estado a que chegamos, já nada mais se fará, de diferente, para melhor. E esperemos - ou talvez nem por isso - que haja, no futuro, que palpita-se ser já amanha, mais brio, mais cuidado, mais vontade de todos e de cada um - haja - para não se estragar o que ainda não foi estragado. E se o fizermos, também não há problema, a culpa nunca é nossa, é sempre dos outros... quais outros? Quais nós? Que confusão!
Augusto Küttner de Magalhães