De: Alexandre Burmester - "As obras da Avenida"
Caro Rui Encarnação, não sei bem qual é a sua dúvida em relação às obras em curso na parte final da Av. da Boavista. A resposta é tão simples como lhe explicar que servem para o Grande Prémio do costume feito para as “corridinhas”. Sabe que o traçado que lá estava que continha dois passeios estreitinhos, duas pistas ascendentes e duas descendentes para automóveis, mais um separador central que serviria ao futuro (Metro) Eléctrico mas que não servia para nada, também não servia ao Circuito da Boavista. Neste traçado não havia qualquer ponto de ultrapassagem e esta foi a forma de o alterar. Agora teremos 3 pistas ascendentes e outras 3 descendentes alternadas, com os mesmos passeios estreitinhos, que se calhar a Câmara irá explicar que servem para dar continuidade àquele brilhante trajecto ciclístico que serpenteia pela zona da Foz, e ainda para dar cumprimento a um qualquer estudo de tráfego feito por um qualquer brilhante engenheiro, daqueles a que já estamos habituados a usar na fantástica rede viária de que a cidade do Porto é um belo exemplo. Acresce explicar que aquelas réstias de linhas do eléctrico que ainda persistem no Castelo do Queijo, como lembrança de uma tentativa de repor a circular o eléctrico na Av. Brasil, também deverão ser retiradas não vá perturbar as suspensões dos carros de corrida.
Agora poderá perguntar o porquê de ser para as corridas. Eu digo-lhe que serve porque há quem pense que umas corridas sem interesse e sazonais conseguem ajudar a projectar a imagem do Porto no Mundo. Supostamente projectará a imagem da cidade através do canal Eurosport e por isso trará turistas ao Porto. Pessoas estas que olharão para a Avenida e se perguntarão qual é a anormalidade que impera na cidade, ao temos este ultimo trecho da Boavista com este perfil e os restantes no estado abandonado em que estão. Que vindo ao centro da cidade se questionarão como é que temos um Património Mundial no estado em que se encontra e se gasta dinheiro nesta patetice. Que saindo para almoçar ou jantar num Domingo numa cidade cheia de turistas, não encontra restaurantes abertos, isto para não falar noutros serviços e comércio também fechados e não entender a falta de concertação e visão económica dos agentes urbanos. Que ficarão pasmados porque atravessam uma ponte em risco de vida para ir às caves do vinho do Porto e nem sequer existem umas direcções a explicar que se continuarem pela marginal irão parar ao mar sem hipótese de retorno. Enfim não vou continuar a lista porque afinal isto só trata do Circuito da Boavista.
Caro senhor, as obras da Boavista são as únicas que esta Câmara conseguiu produzir ao fim de dois mandatos. Não reclame porque o próximo Presidente não deve ter condições sequer para as conseguir recompor.
Alexandre Burmester