De: Augusto Küttner de Magalhães - "Casa da Música 6ª feira 6 de Maio 2011"
Nada entendo de Música mas gosto muito de alguma ouvir, e estive com minha mulher a fazê-lo na Casa da Música, na Sala Suggia, a 06 de Maio de 2011, pelas 21h00. Muito reconfortante deixarmo-nos ir pela música e pelos músicos, e sentirmos uma intensa interligação entre cada pessoa como músico e o instrumento que tocava, bem como a funcionalidade necessária de uma equipa, no caso a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música.
Tudo muito afinado, tudo muito bom, tudo muito agradável. E durante 3 períodos consecutivos de tempo no tempo (22 minutos + 25 minutos + 40 minutos) deixámo-nos ir, vendo e ouvindo e não pensando. E parecia que o mundo e o tempo pararam e que tudo estava calmo. Foi muito bom, foi muito agradável. Claro que já estamos no mundo real, claro que temos que pensar no nosso amanhã, na falta de dinheiro, no pedido de socorro ao exterior, na falta de governação, na necessidade de tudo, até de linhas orientadores, vir de fora. Este é o mundo duro, aquele durante uns bons largos momentos é - foi - a Cultura, é o Mundo também vivo e também real da Música.
Claro que há mais vida para além da Música, como mais vida há para além do deficit, como disse Jorge Sampaio, quando Presidente da República. Mas sem cultura não nos desembaraçamos, e com Cultura talvez melhoremos, e talvez haja esperança de ficarmos diferentes, para melhor. Mas se nem a Cultura nos pode ajudar, por certo também não nos vai prejudicar. E, importante e exemplar, estava marcado para começar às 21h00 e começou às 21h00 em ponto. E houve quem ficasse fora e só lhe fosse permitido entrar após os primeiros 22 minutos. Se mais não fosse - mas, mais foi - fica a reflexão de que quando queremos também sabemos entrar e estar horas. Haja uma boa orquestra...
Augusto Küttner de Magalhães