De: Paulo Espinha - "Sem dor de cotovelo..."
Caríssimos
Não vi o caderno de encargos do concurso de ideias. Mas, pelo que li, na ausência de uma ideia para a quinta, o Executivo Camarário decidiu realizar esta acção de participação colectiva de forma a poder sustentar a decisão final sobre o objectivo e o programa da intervenção, atendendo aos condicionalismos existentes.
Os meus parabéns, por diversas razões:
- a) pela humildade saudável e não hipócrita e abertura demonstrada;
- b) pela predisposição a aceitar que é possível aparecer uma ideia genial, qualquer que ela seja;
- c) pelo reconhecimento da envolvência política da participação pública;
- d) pela consciência de que "os profissionais" só devem entrar quando politicamente houver uma decisão e que pelos vistos se quer sustentada na participação.
Nenhum profissional sem excepção se pode considerar mais capaz ao nível da definição política e do patamar de pré-decisão que vive no momento a Quinta do Covelo. E se algum profissional se arrogar disso, isso mesmo é um acto de soberba, eticamente/deontologicamente reprovável em comunidade que se diz democrática. Após a apresentação e recolha das ideias, estas deverão então ser multi-avaliadas tecnicamente e economicamente e aí sim os profissionais deverão ser chamados a pronunciar-se.
Ao nível abstracto, toda a área de teoria de planeamento dá para mais de um ano lectivo de um curso de pós-graduação de urbanismo e ordenamento do território. Se a isso juntarmos o enquadramento das teoria económicas e sociológicas, etc., então temos para muito mais tempo. Quiçá, para uma vida.
Já agora, a propósito, proponho novo encontro/jantar em Setembro com o seguinte tema: "A INEVITÁVEL MORTE DA RUA" ou "COMO PODEMOS AINDA SALVAR A CIDADE COM BASE NO CONCEITO DA PRAÇA, AFINAL O ÚNICO QUE VAI SOBREVIVER". Deixo uma pista complementar - PORQUE SERÁ QUE SE CONSIDERA VIREM OS AEROPORTOS, NO FUTURO, A SER O CENTRO DAS POLIS?
Um abraço
Paulo Espinha
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Nota de TAF: consultar também este documento RTF da Câmara