De: Augusto Küttner de Magalhães - "Hoje apetece-me aproveitar o Jardim de Serralves"
Primeiros dias de Março de 2011, o tempo – clima – está excelente, o Inverno ainda cá está, mas a Primavera parece estar a querer entrar. Ainda nos guiamos pelas estações do ano, pelos meses, quatro e doze, respectivamente, parece que para quem gosta de horóscopos, agora, sabe-se lá por que motivo, desencantaram mais um. Bem ,mas meses são constatáveis e contam-se, passam-se, vivem-se, e apesar de tudo se bem que com menos distinções as estações do ano também se sentem. O Inverno, como é uso, teve bastante chuva e algum frio e por certo ainda não terá terminado, mas, até por isso, dá para espreitar o Sol, nos belos jardins de Serralves.
Abstraindo algumas cenas, tantas cenas do mundo global, do mundo europeu, do mundo local, parece que a Sra. Merkel chamou lá - à sua terra - o Sr. Sócrates e o ministro das Finanças, parece que o Kadafi não morre e em vez disso mata. Parece que este mundo está, como sempre foi, estúpido, deveria ter de estar mais civilizado, mas nós não o conseguimos civilizar, não o somos, civilizados. Bem, mas neste momento está Sol em Serralves, nos seus belos jardins. Lá está, o Sol quando nasce de facto não é para todos, deveria ter de ser, mas não. Ou será agradável o que aquelas pessoas indefesas mesmo com muito Sol estão a levar de pancadaria, de tiros, na Líbia às mãos do assassino Kadafi. Agora a ONU, tarde, mais vale do que nunca, “atirou-o para fora” mas claro que o homem é tão mau, tão cruel, que não se vai deixar mexer e vai matar, matar... sem ser morto. Não, não se trata de pena de morte, mas de autodefesa, de milhares contra um imbecil, e alguns dos seus – deste assassino - apaniguados.
Mas está bonito o Jardim de Serralves, estas esplêndidas árvores, e já se notam flores, e já se vê/sente tanta natura, sem tiros, sem desgraças, aqui e agora! Natureza. Seria interessante, ou por certo não, ter-se aqui uns esquilos como em todos os parques de Londres, não é indispensável, mas era diferente, não temos cá esquilos, Serralves merece esquilos? Mas Serralves o seu jardim fica mesmo bem sem esquilos, muito agradável. Ainda não está tempo de ler e escrever ao ar "livre". Sim, o ar em Serralves é livre, o ar no nosso País ainda é livre. Em Serralves é mais livre, menos poluído, mas confortável. Está-se bem nos primeiros dias de Março em Serralves, não “dando” para ler e escrever dá para andar, estar, pensar. Bem, saindo, agradavelmente connosco, com o Jardim de Serralves, não vamos sequer ligar o rádio – nem pensar, vamos nem saber de notícias, até o mais tarde possível, talvez só pelo jornal de qualidade de amanhã, de manhã! O mundo ainda não acabou, por certo se tivesse acabado já teríamos também acabado, o Kadafi ainda não morreu, o País, o nosso , ainda não melhorou, os Deolinda ainda não devem ter outra cantilena mais educativa, mas o mundo continua, e todos deveríamos estar/ser mais parte da solução do que unicamente do problema. Foi bom nos primeiros dias de Março ter estado bem nos jardins de Serralves. Espera-se poder estar mais… por Serralves, sem Kadafis, sem assassinos, com mais humanismo, com mais respeito, com menos egoísmo. Vai ser difícil…
Augusto Küttner de Magalhães