De: Augusto Küttner de Magalhães - "Interligações Culturais no Porto – são necessárias"
Sem sombra de dúvida que o 1º exemplo, e que ainda se mantém bem vivo, de algo em que culturalmente se pensa quando se fala no Porto, é Serralves. E Serralves, apesar da crise, apesar dos cortes orçamentais, apesar da falta de dinheiro de todos nós, continuará a ter de conseguir ser parte integrante da Cultura do Porto, do Norte e do País. Para além do Museu de Arte Contemporânea, tem o Auditório onde, e muito necessariamente, voltou a haver excelentes conferências de 5ªs feiras à noite, para além da sua envolvente com um belo Jardim, dentro do Porto, evidentemente menos aproveitável em meses de forte chuva, como estão a ser os destes invernos últimos. Serralves é Serralves e deve continuar a ter de o ser, mesmo que com menos dinheiro, que implicará em tudo e em todos mais poupar. Mas também temos a Casa da Música com um espaço cultural, como O Espaço onde também se pode bem-estar, não só para Música ouvir, mas para só “estar”, visitar, ler, ver. E as zonas são várias onde se pode deambular pela Casa da Música e bem se pode estar, no espaço alargado que é o Bar dos Artistas a todos acessível, no piso O.
Ou seja, temos no Porto, a par de outros locais menos recentes, dois exemplos de que o Porto faz bem, a bem da Cultura. Sendo que, sem nenhum destes locais perder a sua identidade e a consequente independência, deveria ter de ser feito um esforço de forte interligação, de complementaridade, dado que não havendo possibilidade de concorrerem entre si podem complementar-se entre si! E espera-se que na onda da crise, mas também pensando em formas diferentes de a ultrapassar, estes dois espaços tão próximos um do outro, dentro do Porto, façam uma discriminação positiva ao que pelo País existe, no sentido de que quem for a Serralves seja incentivado a ir de seguida à Casa da Música e o inverso também, e sempre, aconteça.
Somos pequenos demais para continuarmos a viver em “ilhas isoladas”, algo que muito nos caracteriza, nomeadamente no mundo dos negócios e também na Cultura, com a defesa excessiva de “cada quintal”, logo teremos de fazer mais para unir, para mais crescer, e menos estar de costas voltadas uns para outros, apostando em beneficiar a Cultura, o Porto, o Norte – como um todo, - e claro o País, como um conjunto – sem nunca perder as características próprias que a cada bem definem. Esperemos para ver, para sentir, para estar no Porto, no Norte, com mais inter-vida entre a Cultura de Serralves a Cultura da Casa da Música, os espaços Serralves e espaços Casa da Música, e tendo por perto uma âncora comum, o Aeroporto Sá Carneiro um dos melhores do mundo, à sua escala, ponto de chegada e de partida, que também é pólo de atracção a Braga, Guimarães, Famalicão, Aveiro, Douro e até Galiza. Unidos e sem perder as características próprias, talvez possamos "ser" bem melhores!